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O mercado financeiro reduziu de 7,96% para 7,67% a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice mede a inflação oficial do país, deste ano. A nova projeção consta do boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Banco Central (BC).
Os dados do BC foram colhidos na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
Foi a 2ª redução seguida para a inflação deste ano desde quando o boletim voltou a ser divulgado, após o fim da greve dos servidores do BC.
A queda na estimativa coincide com a redução de impostos cobrados sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica, que têm peso importante na composição do IPCA, além de afetarem indiretamente o preço de diversos produtos.
Por outro lado, o mercado financeiro elevou a estimativa de inflação para 2023.
A expectativa é que o IPCA encerre o próximo ano em 5,09%, ante 5,01% previstos anteriormente.
Economistas já tinham alertado que medidas do governo e do Congresso para reduzir os preços ao consumidor até poderiam amenizar a inflação em 2022, mas deveriam pressionar o índice em 2023.
Caso confirmada a expectativa dos analistas do mercado, a inflação vai estourar o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para 2022, o teto é de 5%. Em 2023, 4,75%. Em ambos os casos, as projeções do mercado estão acima do limite e longe da meta, que era de 3,5% e 3,25%, respectivamente.
Em 2021, o governo já estourou o teto da meta de inflação. Quando isso acontece, o presidente do Banco Central é obrigado a divulgar carta pública explicando as razões.
O mercado também passou a prever um alta maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, mas manteve a expectativa de crescimento para o próximo ano. A previsão é que a economia brasileira cresça 1,59% neste ano, ante 1,51% previsto anteriormente. Já para 2023, a previsão se manteve numa alta de apenas 0,50%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Para a taxa básica de juros da economia, a Selic, o mercado manteve a previsão de encerrar o ano em 13,75%. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano, a maior desde dezembro de 2016.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, quem define a taxa, sinalizou uma nova alta em agosto, para 13,5% ou 13,75%, e a manutenção dos juros mais altos durante um período de tempo.
Para 2023, o mercado espera que a taxa caia para 10,50%, mesma previsão do boletim anterior.