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O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) reservou R$ 415 milhões para apoiar projetos de desenvolvimento de vacinas contra a covid-19. Deste montante, R$ 105 milhões serão destinados para pelo menos quatro projetos nas Fases 1 e 2. Outros R$ 300 milhões foram reservados para apoiar os ensaios clínicos da Fase 3 de um dos projetos.Caso os projetos de pesquisa em curso sejam bem-sucedidos, será preciso buscar mais verbas para garantir que os projetos sejam transformados em imunizantes que possam ser disponibilizados à população. Segundo estimativas do MCTI, este seria o custo para viabilizar os testes em humanos necessários à avaliação sobre a eficácia da vacina.
A informação foi fornecida pelo ministro Marcos Pontes em audiência pública na Comissão Especial de Combate à Covid-19 da Câmara dos Deputados, realizada hoje (15).
Projetos
Marcos Pontes e o secretário de Pesquisa e Formação Científica da pasta, Marcelo Morales, citaram projetos em andamento para buscar uma vacina nacional, como o conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto para a criação do imunizante batizado como versamune.
Outros projetos em andamento são uma vacina de RNA objeto de pesquisa do Senai Cimatec da Bahia em parceria com uma empresa internacional e uma iniciativa de desenvolvimento de um imunizante na forma de spray nasal pelo Instituto do Coração da Universidade de São Paulo. No Brasil, o Intituto Butantan também mantém um projeto para a criação de um imunizante, batizado de Butanvac.
Contudo, os representantes do MCTI apontaram a limitação de recursos. “O orçamento do MCTI, é importante frisar, tem sido reduzido desde 2013 e estamos em níveis críticos. Isso precisa ser trabalhado agora. Aproveito para pedir essa energia positiva dessa preocupação com o orçamento do Ministério para melhorar o orçamento para 2022”, requereu aos deputados presentes.
Para a deputada Carla Dickson (PROS-RN), esse cenário das pesquisas relacionadas à pandemia evidenciam o problema da falta de investimentos no setor de ciência, tecnologia e inovações (CT&I). “A pandemia traz à tona a necessidade de financiamento da pesquisa brasileira. MCTI é o que mais sente essa necessidade. Estamos com cortes no orçamento de universidades públicas”, comentou.
O deputado Odorico Monteiro (PSB-CE) disse que a falta de verbas para as pesquisas sobre covid-19 e para a CT&I no país. “Inovação não pode ser retórica de slide, mas tem que ser política pública envolvendo todas as universidades. Não dá para achar que vai fazer vacina com projeto do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] de R$ 300 mil. O MCTI tem que reconhecer que não tem orçamento e colocar como desafio de mobilização”, ressaltou.
“Ontem participei de audiência da Comissão de Ciência e Tecnologia e os dados eram o oposto, que não há recurso para nada porque o FNDCT [Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] ficou contingenciado em R$ 5,1 bilhões. Pesquisadores estão indo embora do país”, criticou a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ).
O secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI reforçou que a área está em um “momento crítico” e respondeu que há uma queda do orçamento do MCTI desde 2014, mas que neste ano a pasta descontingenciou o orçamento do FNDCT e não houve corte nas bolsas do CNPq. “Considerando os recursos adicionais da pandemia, com pouco fizemos muito”, acrescentou.
*Com informações de Agência Brasil