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A Justiça Federal absolveu o piloto Wesley Evangelista Lopes e o copiloto Alexandre Roberto Borges, que haviam sido presos em flagrante com 435,86 quilos de pasta base de cocaína a bordo de um avião monomotor, em Penápolis (SP), no dia 16 de dezembro de 2024. A decisão, proferida pelo juiz Luciano Silva, considerou que a abordagem policial foi feita de forma irregular.
Segundo a sentença, os policiais militares que atuaram na operação não explicaram como obtiveram as informações que justificaram o monitoramento e a interceptação da aeronave. Para o juiz, a ausência de documentos formais e a falta de transparência sobre a origem da investigação resultaram em nulidade do flagrante.
“Um relatório vago, dúbio, confeccionado a posteriori, que justifica uma investigação sem encadeamento formal (…) não pode ser tomado como uma verdade absoluta”, afirmou o magistrado ao revogar a prisão preventiva e determinar a soltura dos acusados.
A aeronave havia decolado de Aquidauana (MS) com destino a Rio Claro (SP), mas fez um pouso técnico para abastecimento em Penápolis, onde foi interceptada. A operação contou com apoio do helicóptero Águia da Polícia Militar, além de equipes da Polícia Rodoviária e da Polícia Federal. Durante a abordagem, o piloto teria admitido que receberia pagamento pelo transporte da droga, segundo a PM.
Apesar da confissão informal e da apreensão dos mais de 400 kg de entorpecente, a Justiça entendeu que não houve fundamentação adequada para justificar a ação policial, o que invalidou o processo. A defesa, representada pelos advogados Maycon Zuliani Mazziero e Alison Conceição da Silva, afirmou que não se pode admitir condenação com base em uma operação “cuja origem da informação não foi esclarecida e sem registro formal da abordagem”.
Wesley Lopes já havia sido preso em 2019, na cidade de Prado, no sul da Bahia, após ter seu nome incluído na lista de procurados da Interpol. Ele ficou detido por quatro anos e, posteriormente, envolveu-se em um acidente aéreo no Acre.
A droga e a aeronave continuam apreendidas, mas, com a decisão judicial, os dois tripulantes estão em liberdade.
