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No domingo (27), o editor de opinião do Apple Daily, um jornal pró-democracia de Hong Kong, foi preso no aeroporto da cidade. Fung Wiai-long, de 57 anos, pretendia deixar o território chinês, mas foi detido antes.
As informações são do jornal South China Morning Post. A prisão foi feita com base na lei de segurança nacional, aprovada em junho de 2020. Com ela, as autoridades chinesas estão autorizadas a combater o que enquadram como atividade “subversiva e secessionista” em Hong Kong, aumentando ainda mais o receio de uma redução das liberdades na região semiautônoma da China.
Segundo o South China, Fung tentava ir para a Inglaterra. Ele era editor do Daily desde 1997 e foi o 7º funcionário do alto escalão do jornal a ser preso nas últimas 2 semanas.
O Daily Apple fechou definitivamente no sábado (26), depois de 26 anos de circulação. O anúncio do encerramento das atividades foi feito apenas 3 dias antes, no dia 23.
A Next Midia, responsável pelo periódico, afirmou que a decisão foi tomada “com base na segurança dos funcionários”.
Em agosto de 2020, a sede do jornal foi invadida por policiais para a execução de mandados de busca e apreensão. A situação se repetiu em 17 de junho: mais de 500 policiais da segurança nacional de Hong Kong invadiram a redação do jornal.
Na ocasião, 5 funcionários do alto escalão do Daily foram presos em suas casas sob a acusação de “conluio com um país estrangeiro ou com elementos externos para pôr em perigo a segurança nacional”.
O secretário de Segurança de Hong Kong, Li Jiacho, também congelou o ativo de 3 empresas relacionadas ao Daily, somando 18 milhões de yuans (R$ 13,8 milhões, pela cotação atual).
Na semana passada, outro jornalista da seção de opinião do jornal foi preso pela polícia de Hong Kong. O fundador do Apple Daily Jimmy Lai Chee-yang está preso por acusações relacionadas aos protestos contra o governo, em 2019.