Um tiroteio foi registrado na cidade de Gonaives, no norte do Haiti, informou a mídia local, levando o primeiro-ministro do país a cancelar um discurso para marcar o dia da independência do país caribenho.
O meio de comunicação haitiano Le Nouvelliste informou que Ariel Henry compareceu à missa em uma catedral em Gonaives na manhã do dia de Ano Novo, data também em que o Haiti marca sua independência da França em 1804.
No entanto, houve um tiroteio entre civis armados e forças de segurança, disse o Le Nouvelliste, e Henry não pôde fazer um discurso como planejado no sábado, em uma praça pública na cidade.
A mídia local informou que uma pessoa morreu e duas ficaram feridas no tiroteio que obrigou Henry e outros a se abaixarem e buscarem abrigo enquanto saíam da catedral.
Dans le cadre de la célébration du 218eme anniversaire de l'indépendance nationale, je participe actuellement, aux côtés de mon Directeur de cabinet et de plusieurs membres du gouvernement, au Te Deum traditionnel qui se déroule, aux Gonaïves à l'église Saint Charles de Borome. pic.twitter.com/dCWhHxuFHO
— Dr Ariel Henry (@DrArielHenry) January 1, 2022
Tradução: Para marcar a celebração do 218º aniversário da independência nacional, estou participando atualmente, ao lado de meu diretor de gabinete e vários membros do governo, em um tradicional Te Deum na igreja de Saint Charles de Borome em Gonaives.
À agência de notícias Associated Press, o gabinete do primeiro-ministro disse na segunda-feira que “bandidos e terroristas” atentaram contra a vida de Henry e acusou o grupo de se esconder atrás dos muros para atacar o comboio e de ameaçar o bispo cercando a igreja.
“Isso é intolerável”, disse o escritório, acrescentando que emitiu mandados de prisão.
Um porta-voz da Polícia Nacional do Haiti também disse à AP hoje que a polícia havia assegurado a área.
O Haiti tem sido dominado por uma onda de violência de gangues e sequestros por resgate, especialmente na capital, Port-au-Prince e arredores, enquanto o país afunda em uma instabilidade política mais profunda após o assassinato do presidente Jovenel Moise em julho.
Henry, que assumiu o cargo menos de duas semanas depois da morte de Moise, também tem lutado com a legitimidade, com os principais ativistas dos direitos do Haiti rejeitando a pressão do primeiro-ministro para realizar eleições, apesar da incerteza que assola o país.
Poderosas gangues armadas também pediram à renúncia de Henry.