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Neste domingo, o Papa Francisco proferiu sua tradicional mensagem de Páscoa, conhecida como “Urbi et Orbi”, diretamente da sacada central da Basílica de São Pedro, em Roma, onde momentos antes havia presidido a Missa da manhã de Páscoa.
A cerimônia, juntamente com a mensagem e a bênção “Urbi et Orbi” (do latim: ‘Para a cidade e para o mundo’), foi transmitida ao vivo para audiências em todo o globo.
O Santo Padre iniciou suas palavras desejando alegremente a todos os presentes, incluindo os cerca de 60.000 peregrinos na Praça de São Pedro, uma “Feliz Páscoa!”
Francisco recordou que hoje ressoa pelo mundo a mensagem proclamada há dois mil anos em Jerusalém: “Jesus de Nazaré, que foi crucificado, ressuscitou!” (Mc 16,6).
Ele reiterou que a Igreja revive o espanto das mulheres que foram ao túmulo ao amanhecer no primeiro dia da semana.
Enquanto recordava que o túmulo de Jesus havia sido selado com uma grande pedra, o Papa lamentou que hoje, também, “pedras pesadas bloqueiam as esperanças da humanidade”, especialmente “pedras” de guerra, crises humanitárias, violações dos direitos humanos, tráfico humano, entre outras.
Do túmulo vazio de Jesus, tudo começa de novo
Como as mulheres discípulas de Jesus, sugeriu o Papa, “nos perguntamos uns aos outros: ‘Quem vai remover a pedra para nós da entrada do túmulo?’”, e esta é a descoberta surpreendente daquela manhã de Páscoa, que a imensa pedra foi removida. “O espanto das mulheres”, disse ele, “é também o nosso espanto”.
“O túmulo de Jesus está aberto e está vazio! A partir disso, tudo começa de novo!”, exclamou.
“Além disso, ele insistiu, um novo caminho passa por aquele túmulo vazio, ‘o caminho que nenhum de nós, mas só Deus, poderia abrir’. O Senhor, disse ele, abre o caminho da vida no meio da morte, da paz no meio da guerra, da reconciliação no meio do ódio e da fraternidade no meio da hostilidade.
Jesus, o caminho para a reconciliação e a paz
“Irmãos e irmãs, Jesus Cristo ressuscitou!”, disse ele, observando que só Ele tem o poder de remover as pedras que bloqueiam o caminho para a vida.
Sem o perdão dos pecados, explicou o Papa, não há como superar as barreiras do preconceito, da recriminação mútua, da presunção de que estamos sempre certos e os outros errados. “Somente o Cristo ressuscitado, nos concedendo o perdão de nossos pecados”, disse ele, “abre o caminho para um mundo renovado.”
“Somente Jesus”, assegurou o Santo Padre, “abre diante de nós as portas da vida, aquelas portas que continuamente fechamos com as guerras que se espalham pelo mundo”, expressando seu desejo hoje, “em primeiro lugar, de voltar nossos olhos para a Santa Cidade de Jerusalém, que testemunhou o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, e a todas as comunidades cristãs da Terra Santa.”
Terra Santa e Ucrânia
O Papa começou dizendo que seus pensamentos vão especialmente para as vítimas dos muitos conflitos em todo o mundo, começando pelos de Israel e Palestina e na Ucrânia. “Que o Cristo ressuscitado abra um caminho de paz para os povos dilacerados pela guerra nessas regiões”, disse ele.
“Ao pedir respeito aos princípios do direito internacional”, continuou ele, “expresso minha esperança por uma troca geral de todos os prisioneiros entre Rússia e Ucrânia: todos em prol de todos!”
Ajuda humanitária para Gaza, libertação de reféns
O Papa então se voltou para Gaza.
“Faço novamente um apelo para que o acesso à ajuda humanitária seja garantido a Gaza e, mais uma vez, para a libertação rápida dos reféns capturados em 7 de outubro passado e para um cessar-fogo imediato na Faixa.”
O Papa apelou para o fim das hostilidades atuais que continuam a ter graves repercussões sobre a população civil, e acima de tudo, sobre as crianças.
“Quanto sofrimento vemos em seus olhos! Com esses olhos, eles nos perguntam: Por quê? Por que toda essa morte? Por que toda essa destruição?
O Papa reiterou que a guerra é sempre “uma derrota” e “um absurdo”.
“Não cedamos à lógica das armas e do rearmamento”, disse ele, enfatizando que “a paz nunca é feita com armas, mas com mãos estendidas e corações abertos.”
Síria e Líbano
O Santo Padre lembrou-se da Síria, que, lamentou, sofre há treze anos “uma longa e devastadora” guerra.
“Tantas mortes e desaparecimentos, tanta pobreza e destruição”, insistiu ele, “exigem uma resposta de todos, e da comunidade internacional.”
O Papa então se voltou para o Líbano, observando que há algum tempo o país enfrenta um impasse institucional e uma crise econômica e social cada vez mais profunda, agora agravada pelas hostilidades em sua fronteira com Israel.
“Que o Senhor Ressuscitado console o amado povo libanês e sustente todo o país em sua vocação de ser uma terra de encontro, convivência e pluralismo”, disse ele.
Haiti, Mianmar, África
Em seu mais recente apelo para o Haiti, ele rezou para que o Senhor Ressuscitado assista o povo haitiano, “para que logo possa haver um fim aos atos de violência, devastação e derramamento de sangue naquele país, e que possa avançar no caminho da democracia e fraternidade.”
Ao se voltar para a Ásia, ele rezou para que em Mianmar “toda lógica de violência seja definitivamente abandonada”, na nação, que, segundo ele, tem sido há anos “destroçada por conflitos internos”.
O Papa também rezou por caminhos de paz no continente africano, “especialmente pelos povos sofredores no Sudão e em toda a região do Sahel, no Corno de África, na região de Kivu na República Democrática do Congo e na província de Cabo Delgado em Moçambique”, e pelo fim da “prolongada situação de seca que afeta vastas áreas e provoca fome e miséria.”
Presente precioso da vida e crianças não nascidas descartadas
O Papa também lembrou dos migrantes e de todos que enfrentam dificuldades, rezando para que o Senhor lhes ofereça consolação e esperança em seu momento de necessidade. “Que Cristo guie todas as pessoas de boa vontade para se unirem em solidariedade, a fim de enfrentarem juntas os muitos desafios que pairam sobre as famílias mais pobres em sua busca por uma vida melhor e felicidade”, disse ele.
“Neste dia em que celebramos a vida concedida a nós na Ressurreição do Filho”, disse ele, “lembremos do amor infinito de Deus por cada um de nós: um amor que supera todo limite e fraqueza.”
“E ainda assim”, lamentou ele, “quanto o presente precioso da vida é desprezado! Quantas crianças nem mesmo podem nascer? Quantas morrem de fome e são privadas de cuidados essenciais ou são vítimas de abuso e violência? Quantas vidas são tornadas objetos de tráfico para o crescente comércio de seres humanos?”
Apelo para não poupar esforços
No dia “em que Cristo nos libertou da escravidão da morte”, o Papa apelou a todos que têm responsabilidades políticas para “não pouparem esforços” no combate ao “flagelo” do tráfico humano, “trabalhando incansavelmente para desmantelar as redes de exploração e trazer liberdade” para aqueles que são suas vítimas.
“Que o Senhor console suas famílias, especialmente aquelas que aguardam ansiosamente notícias de seus entes queridos, e lhes assegure conforto e esperança”, disse ele, enquanto rezava para que a luz da Ressurreição “ilumine nossas mentes e converta nossos corações, e nos faça conscientes do valor de cada vida humana, que deve ser acolhida, protegida e amada.”
Papa Francisco concluiu desejando a todas as pessoas de Roma e do mundo uma Feliz Páscoa.