O presidente da Rússia, Vladimir Putin, presidiu neste domingo uma parada naval em São Petersburgo por ocasião do Dia da Marinha russa, em um momento de preocupação com os ataques ucranianos a navios da Frota russa do Mar Negro.
“Hoje quero destacar especialmente que muitas tripulações navais lutam bravamente (…) na zona da operação militar especial (na Ucrânia)”, disse o líder russo diante de mais de 2.500 militares que participaram no desfile no rio Neva.
Putin, que anteriormente passou em revista os navios a bordo de uma lancha, acompanhado pelo novo ministro da Defesa, Andrei Belousov, e por Aleksandr Moiseev, comandante-chefe da Marinha, felicitou os membros da Marinha de Guerra e todos os cidadãos da Rússia pela efeméride.
“Sempre celebramos esta festa de maneira solene, com respeito e amor à nossa famosa frota, com orgulho pelo nosso país, uma potência marítima”, disse o chefe do Kremlin de uma tribuna instalada em um dos cais do Neva. Ele lembrou que o Dia da Marinha é comemorado pelos marinheiros há três séculos, após sua criação em homenagem a uma vitória da “jovem frota” russa, criada por Pedro, o Grande.
A Rússia substituiu este ano o seu chefe da Marinha na tentativa de recuperar a iniciativa no Mar Negro em meio a repetidos ataques ucranianos contra seus navios, que diminuíram durante a gestão de Moiseev.
No entanto, a segurança da frota do Mar Negro continua sendo uma das principais preocupações do comando militar russo nesta fase da guerra.
Convidados estrangeiros
Na parada naval de São Petersburgo participaram cerca de vinte navios, um submarino e quatro veleiros.
Além disso, este ano, o desfile contou com a participação de navios da China, Índia e Argélia, todos considerados países amigos da Rússia.
Estavam presentes o destróier chinês “Jiao Zuo”, o navio-escola “La Summam” das forças navais da Argélia e a fragata indiana “Tabar”.
Além de São Petersburgo, desfiles navais por ocasião do Dia da Marinha ocorreram hoje nos principais portos da Rússia.
O último aviso aos EUA
Durante sua intervenção na parada, Putin advertiu os EUA contra o envio de mísseis de longo alcance à Alemanha e afirmou que a Rússia está na fase final de desenvolvimento de sistemas que seriam implantados em resposta ao envio de armas americanas para a Europa.
“Se os Estados Unidos implementarem tais planos, nos consideraremos liberados da moratória unilateral previamente assumida sobre o desdobramento de armas de médio e curto alcance (…) O desenvolvimento de vários desses sistemas está na fase final”, proclamou Putin.
Putin afirmou que a Rússia implantará seus sistemas de armas com base nas “ações dos Estados Unidos e seus aliados na Europa e outras regiões do mundo”.
A Casa Branca anunciou este mês que os Estados Unidos começarão, a partir de 2026, na Alemanha, o desdobramento gradual de suas armas de longo alcance no âmbito do Grupo de Trabalho Multidomínio.
Quando estiverem completamente desenvolvidas, essas unidades de fogo convencionais de longo alcance incluirão SM-6, Tomahawk e armas hipersônicas, que têm um alcance significativamente maior que os atuais utilizados na Europa.
De acordo com o mandatário russo, no alcance desses mísseis, que no futuro podem ser equipados com ogivas nucleares, estarão importantes instalações militares e civis da Rússia.
Há algumas semanas, a Rússia já havia classificado como “inaceitáveis” os planos de Washington, ameaçando com uma resposta “dura e adequada”.
Com informações da EFE.