Roberto Jefferson, presidente do PTB, afirmou para a Justiça de São Paulo que não quis ofender o ministro do STF, Alexandre de Moraes, quando declarou que o magistrado havia sido advogado do PCC. “Tratam-se de duas coisas distintas: advogar para quem praticou um crime e ter praticado crimes”, destacou o ex-deputado em resposta a uma ação de danos morais, ajuizada pelo ministro contra ele.
Na ação, Roberto Jefferson disse que “em momento algum tentou associar o requerente [Alexandre] aos crimes praticados pelo PCC”.
“O simples fato de se ter advogado ou não para alguém que responda por cometimento de um crime não é suficiente para gerar qualquer tipo de dano a quem quer que venha a se encarregar do patrocínio de uma ação. Se assim o fosse, todos os advogados criminais do país, quando tivessem os seus nomes expostos em matérias jornalísticas ao lado do nome de seus clientes, teriam direito a indenização por danos morais, o que beira o absurdo”, ressaltou o presidente do PTB, na petição que foi enviada à Justiça de São Paulo no dia 13 de julho.
Danos morais
O ministro do Supremo havia pedido uma indenização no valor de R$ 50 mil ao Roberto Jefferson após uma entrevista do ex-deputado à CNN Brasil, onde ele diz que o ministro “não tem qualidade moral” para estar no Supremo e tem “a pior história”: ter advogado para o PCC.
Segundo a defesa do ministro, intenção do petebista foi a de tentar “macular a reputação de Alexandre de Moraes, homem respeitado e admirado em diversos âmbitos, em especial nos campos jurídico e acadêmico”.
Porém, Jefferson discorda e afirma que o pedido de Alexandre de Moraes se baseia numa “falsa narrativa”.
Dois inquéritos
Roberto Jefferson já está sendo investigado em dois inquéritos relatados por Alexandre, o primeiro é o do âmbito das fake news e segundo é o de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Na sexta-feira passada (24), o petebista chegou a ter sua conta no Twitter suspensa por decisão do ministro.