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Em entrevista ao UOL nesta segunda-feira (14), o prefeito de Belo Horizonte (BH), Alexandre Kalil (PSD), disse que pode multar o presidente Jair Bolsonaro se ele não usar máscara durante o passeio de moto que pretende fazer na capital mineira nos próximos dias.
Atualmente, a multa aplicada pela Prefeitura de Belo Horizonte por não usar máscara nos espaços públicos é de R$ 104, e até março deste ano, menos de 200 pessoas foram autuadas, com apenas três pagamentos efetuados e 162 punições inscritas em dívida ativa.
Kalil disse ainda que o presidente “faria um favor” à população de Belo Horizonte se não realizasse o ato que levou centenas de pessoas às ruas de São Paulo no último fim de semana.
“Se não vier aqui, é um grande favor que ele está prestando ao povo de Belo Horizonte. É um grande favor. O povo vai compreender isso como ato de gentileza, de bondade. Isso não preciso falar no telefone pra ele não, é um grande favor. Tenho um filho do meio que diz o seguinte: ‘muito ajuda quem pouco atrapalha’, então uso essa frase para que ele não venha, não nessa condição”, disse o prefeito que pontuou que se Bolsonaro vier à capital na condição de “presidente da República”, ele vai em qualquer lugar que for chamado para encontrar com o chefe do Planalto.
Entretanto, Kalil disse que não tem como impedir o que chamou de “comício”. “Se for evitar o comício vai virar uma guerra campal. Então vamos ser realistas, evitar um comício (não dá), mas falar que vai atrapalhar o serviço dos outros eu posso falar tranquilamente. Porque vem cá em uma cidade sacrificada, com comerciantes sacrificados, donos de bar e restaurantes sacrificados para disseminar negacionismo? Em uma cidade que se cuidou tanto? Se ele fizer isso, ele vai perder muito voto aqui dentro”, declarou.
As afirmações do prefeito nesta segunda-feira mostram uma mudança de tom, já que em entrevista à Band Minas, no último dia 28, Kalil, ao ser perguntado sobre a motociata, disse que o presidente era “muito bem-vindo” e que “de mais por mais, andar de motocicleta não está proibido na nossa cidade”.
“Então, por enquanto, não vejo nenhum problema nisso. Eu mesmo sou motociclista, tem um ano e meio que não ando, mas não há proibição alguma de andar de carro, motocicleta, velocípede, a cavalo, pode andar do que que eles quiserem que não há nenhum tipo de restrição”, afirmou o chefe do Executivo da capital mineira à época.
Ao ser perguntado nesta segunda-feira pelo UOL sobre o parecer solicitado por Bolsonaro ao Ministério da Saúde sobre a não obrigatoriedade do uso de máscara para os já vacinados ou quem já foi diagnosticado com o coronavírus, Kalil disse que recebeu uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e que quem cuida da população de Belo Horizonte é ele.
Ele disse não entender o motivo do estudo sobre a descontinuidade do uso da máscara e que Bolsonaro “está vendo o que está acontecendo nos Estados Unidos, mas está esquecendo de colocar 300 milhões de vacinas nos braços dos brasileiros”.