A vereadora Monica Benicio (Psol), viúva de Marielle Franco, assassinada em 2018, disse neste domingo (24) que se surpreendeu ao saber que o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, é suspeito de atrapalhar as investigações sobre o crime.
Barbosa foi preso na manhã deste domingo junto dos irmãos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, apontados como mandantes do assassinato de Marielle. A operação foi deflagrada pela Polícia Federal, Procuradoria Geral da República e Ministério Público.
“Se por um lado, o nome da família Brazão não nos surpreende tanto, o nome de Rivaldo Barbosa sem dúvida nenhuma foi uma grande surpresa, em especial considerando que ele foi a primeira autoridade que recebeu a família no dia seguinte ao crime, dizendo que seria uma prioridade da Polícia Civil a elucidação do caso”, declarou Benicio.
“Hoje saber que o homem que nos abraçou, prestou solidariedade e sorriu hoje tem envolvimento nesse mando é para nós entender que a Polícia Civil não foi só negligente. Não foi só por uma falha que chegamos a seis anos de dor, mas também por ter sido conivente com todo esse tempo de não elucidação do caso. A Polícia Civil não apenas errou, mas foi também cúmplice desse processo”, completou.
Na saída da Superintendência da Polícia Federal do Rio, para onde foi após as prisões, Benício disse ainda que as prisões “não são o fim”.
“As prisões não são o fim desse caso, mas também o início de uma nova luta. Queremos que todas as pessoas que tiveram qualquer tipo de contribuição, relação e envolvimento sejam responsabilizadas”, disse Benício.
“Espero que, ao rigor da lei mais severa possível, todos os envolvidos sejam responsabilizados. Nem só porque as nossas famílias precisam, mas porque a democracia necessita isso”, finalizou.