A Polícia Civil de São Paulo prendeu o traficante André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, em uma mansão em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. Ele estava foragido desde 2014.
André do Rap é acusado de comandar o esquema de envio de drogas da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) à Europa, principalmente à Itália, através de navios que saem do Porto de Santos, no litoral sul paulista.
Outros dois suspeitos que não tiveram a identidade divulgada foram presos e estavam na tarde deste domingo sendo trazidos à cidade de São Paulo em viaturas policiais.
A polícia investiga uma possível ligação do membro do PCC com a máfia italiana.
“Dois chefes da ‘Ndrangheta, que é a máfia da Calábria (no sul da Itália), foram presos há 40 dias na Baixada Santista pela Polícia Federal. A gente acha que pode ter elo com ele (André do Rap)“, afirmou o delegado Fábio Pinheiro, da Divisão Antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), responsável pelas prisões.
De acordo com o delegado, André do Rap é um dos principais líderes do PCC no tráfico internacional de drogas.
“Não tem só uma quadrilha. Dentro do PCC tem vários que mandam droga para fora”, disse Pinheiro. “Ele, a gente acredita que seja responsável por um desses grupos.”
O delegado lembrou que um dos grupos foi responsável pelo assassinato de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, que era considerado o principal chefe do PCC fora da cadeia. Gegê e o seu comparsa, Fabiano Alves de Souza, o Paca, foram mortos em uma emboscada em um território indígena em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza, em fevereiro do ano passado.
A polícia investiga se outros ramificações do PCC controlam o tráfico internacional no Porto de Santos. Em 2018, a corporação recebeu a informação de que André do Rap havia sido executado por outras lideranças da organização criminosa.
Lancha de R$ 6 milhões
Pinheiro explicou que a Polícia Civil descobriu o paradeiro de André do Rap ao investigar o dono de uma lancha avaliada em R$ 6 milhões. Segundo o delegado, a embarcação estava em nome de uma empresa cuja sede é um casarão abandonado no centro de Santos.
“Ela está em nome de um empresário, que tem um moto CG”, afirmou o delegado. “Como um cara que tem uma moto CG tem uma lancha de R$ 6 milhões? A gente acredita que ele (André do Rap) usava esses laranjas para lavar o dinheiro.”
Além da lancha, um helicóptero que estava alugado pelo traficante foi apreendido pela polícia e levado ao Aeroporto Campo de Marte, na zona norte da capital. Nenhuma arma foi encontrada na casa em que André do Rap estava em Angra.