O preço do petróleo caiu drasticamente quando uma nova cepa de coronavírus levantou preocupações sobre as perspectivas para a demanda e disparou os mercados globais.
Os futuros em Nova York caíram abaixo de US $ 74 o barril e o benchmark Brent caiu 6%, a maior queda desde julho. O surgimento da nova cepa representa a maior ameaça à recuperação do consumo de óleo por vários meses, com um painel da Organização Mundial de Saúde definido para discutir a variante mais tarde. Os mercados globais venderam fortemente, à medida que os comerciantes fugiram para ativos-portos.
A queda dos preços é a mais recente reviravolta dramática antes de uma importante reunião da OPEP + na próxima semana. Embora a reunião já tenha sido definida para ser observada com atenção, depois que uma aliança de consumidores anunciou o lançamento do suprimento de emergência no início desta semana, a gravidade potencial da nova variante do coronavírus é o último fator que o grupo terá que enfrentar ao decidir se saída de elevação.
“Esta é uma reação exagerada enorme em termos de mercado”, disse Amrita Sen, analista-chefe de petróleo da consultora Energy Aspects Ltd., em entrevista à Bloomberg Television. “Este é o preço de mercado nos piores cenários possíveis.”
A OPEP + pode optar por interromper seu atual aumento planejado de produção de 400.000 barris por dia ou até mesmo cortar a produção, de acordo com o UBS Group AG. O grupo terá de considerar projeções internas, divulgadas antes de estourar a notícia da variante, que apresentava expectativa de superávit no início do próximo ano.
Ele surge em meio a uma pressão política crescente sobre o grupo. A Agência Internacional de Energia disse no início desta semana que a OPEP + está criando um aperto artificial no mercado, enquanto o lançamento de SPR coordenado pelos consumidores foi o sinal mais claro de sua inquietação com os preços altos.
Preços
- West Texas Intermediate para janeiro caiu tanto quanto 7,4% para $ 72,60 o barril desde o fechamento de quarta-feira e estava em $ 73,92 às 9h02, horário de Nova York
- Não houve acordo na quinta-feira devido ao feriado de Ação de Graças e todas as transações serão reservadas na sexta-feira
- O preço do Brent para liquidação em janeiro caiu tanto quanto 6%, para US $ 77,25 o barril na bolsa ICE Futures Europe
A OPEP + já havia dito que reconsideraria um aumento potencial na produção se os consumidores prosseguissem com a liberação das reservas anunciada no início desta semana. Agora também terá que considerar o quão severo pode ser o impacto da nova variante no mercado.
Até agora, vários países interromperam as viagens do sul da África em uma tentativa de impedir sua propagação. Particularmente preocupante foi o grande número de mutações na proteína spike do vírus, que desempenha um papel fundamental em sua entrada no corpo. Os pesquisadores ainda estão tentando determinar se é mais transmissível ou mais letal do que as cepas anteriores.
O que sabemos sobre a nova variante de vírus que está balançando os mercados
Além da queda nos preços principais, os traders de petróleo também estavam observando várias outras mudanças notáveis no mercado na sexta-feira. WTI caiu abaixo de sua média móvel de 100 dias pela primeira vez desde setembro, um sinal potencial de fraqueza técnica. Ao mesmo tempo, a extrema pressão sobre o benchmark dos EUA significou que seu desconto para o Brent se expandiu para o maior desde maio de 2020 em um ponto.
O cenário também não era muito melhor nos mercados de derivados de petróleo – a área mais diretamente afetada pela demanda do usuário final. Os preços do diesel despencavam, liderados pela Ásia, à medida que o mercado começava a precificar em um novo golpe potencial para o crescimento econômico.
“A única coisa que podemos concluir definitivamente é que a confiança do mercado é frágil”, disse Paul Horsnell, chefe de pesquisa de commodities do Standard Chartered. “A sexta-feira após o Dia de Ação de Graças, com todos os mercados em baixa e pouco antes do anúncio da OMS, provavelmente não é o momento para ser corajoso.”
Outras notícias importantes:
A ambigüidade da China sobre se vai se juntar à liberação coordenada de reservas de petróleo liderada pelos EUA é direcionada ao público doméstico para mostrar que Pequim não está seguindo Washington, de acordo com funcionários do governo envolvidos nas discussões.
