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A ONG Foro Penal afirmou na quarta-feira (28) que a Venezuela registra o maior número de presos políticos desde o início do século, totalizando 1.780 pessoas. Deste número, 1.585 foram detidas desde 25 de julho, 3 dias antes das eleições presidenciais no país.
As tensões políticas se intensificaram na Venezuela nos dias que antecederam o pleito de 28 de julho e continuaram a escalar após o resultado.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou a reeleição do presidente Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (esquerda), mas a oposição, liderada por Edmundo González, da Plataforma Unitária Democrática (centro-direita), alega fraude e afirma que seu candidato foi o verdadeiro vencedor.
De acordo com a Foro Penal, os presos políticos incluem indivíduos mantidos em privação de liberdade, excluindo aqueles que foram detidos e posteriormente liberados ou que permanecem sob prisão de curta duração (48 horas).
O levantamento divulgado pela ONG na rede social X (antigo Twitter) contabiliza os presos políticos até segunda-feira (26), dos quais 1.550 são homens e 114 são adolescentes.
Sob o comando de Nicolás Maduro, de 61 anos, a Venezuela é descrita como uma ditadura socialista, sem liberdade de imprensa, onde pessoas podem ser detidas por “crimes políticos”.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) criticou em maio de 2021 a “nomeação ilegítima” do CNE, e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos relatou abusos em diversas ocasiões entre 2022 e 2023.
Um relatório da Human Rights Watch de 2023 aponta que 7,1 milhões de venezuelanos deixaram o país desde 2014.
Maduro, no entanto, nega que a Venezuela viva sob uma ditadura, afirmando que há eleições regulares e que a oposição simplesmente não consegue vencer.
As eleições presidenciais de 28 de julho de 2024 continuam sendo contestadas por parte da comunidade internacional.