José Graziano, ex-diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) afirmou que “não se combate a fome dizendo que ela não existe”. Recentemente, o presidente Bolsonaro disse que “falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira” mas depois, recuou.
“O ponto mínimo da fome no Brasil foi em 2013, 2014, que foi o ponto mínimo do desemprego. A partir daí, o desemprego dispara e a fome começa a crescer. Olhando para trás, temos 400 mil, 500 mil pessoas a mais passando fome no Brasil comparando com o ponto mínimo em 2013. O Brasil ainda não voltou ao mapa da fome e espero que não volte. Mas, para isso, precisa ser levado a sério. Não se combate a fome dizendo que ela não existe. Tem que ter uma política ativa de combate à fome, tem que ser parte das preocupações centrais. Não estou falando apenas do governo federal, não. Também dos governos estaduais, sociedade civil, setor privado. Ninguém se beneficia com a fome. O único número aceitável é zero.”, disse o ex-diretor da FAO, em entrevista ao Estadão.
Graziano é conhecido como “pai” do Programa Fome Zero, que foi criado para combater a fome e as suas causas estruturais, que geram a exclusão social e para garantir a segurança alimentar dos brasileiros.