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A quantidade de domicílios brasileiros com algum grau de insegurança alimentar caiu de 27,6% para 24,2% entre 2023 e 2024, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Apesar da redução, quase um em cada quatro lares ainda enfrenta dificuldades no acesso a alimentos.
Ao todo, 18,9 milhões de domicílios vivem algum tipo de insegurança alimentar, sendo 16,4% em nível leve, 4,5% em nível moderado e 3,2% em nível grave — que envolve privação quantitativa de alimentos também entre crianças e adolescentes.
As regiões Norte e Nordeste continuam concentrando os maiores índices proporcionais de insegurança alimentar, com 37,7% e 34,8% dos domicílios afetados, respectivamente. Entre os estados, o Pará lidera com 44,6% de residências em insegurança alimentar, seguido por Roraima (43,6%), Amazonas (38,9%), Bahia (37,8%) e Pernambuco (35,3%). Já os estados com menor proporção de domicílios nessa situação estão principalmente no Sul e Sudeste: Santa Catarina (9,4%), Espírito Santo (13,5%) e Rio Grande do Sul (14,8%).
“Em termos absolutos, a região Sudeste, por concentrar a maior parte da população, tem um número elevado de domicílios em situação de insegurança alimentar. Mas, proporcionalmente, os piores índices estão no Norte e Nordeste”, explicou Maria Lucia Vieira, analista da pesquisa.
O levantamento também aponta desigualdade entre áreas urbanas e rurais. Na zona rural, 31,3% dos domicílios apresentam algum nível de insegurança alimentar, contra 23,2% em áreas urbanas. No nível grave, a proporção chega a 4,6% na zona rural e 3,0% na urbana. “Mesmo com cultivo agrícola, o rendimento per capita é menor e a diversidade alimentar nem sempre é garantida, principalmente para famílias com crianças”, disse Maria Lucia.
Entre os estados com pior situação no nível grave de insegurança alimentar estão Amapá (9,3%), Amazonas (7,2%) e Pará (7,0%). Quase todas as Unidades da Federação registraram melhora no índice entre 2023 e 2024, com exceção de Roraima, Distrito Federal, Amapá e Tocantins.