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O youtuber João Paulo Manoel, de 36 anos, conhecido como Capitão Hunter e com mais de 1 milhão de seguidores, foi preso nesta quarta-feira (22) em Santo André, no ABC Paulista. A prisão é resultado de uma operação conjunta das Polícias Civis do Rio de Janeiro e de São Paulo.
O youtuber, que produz conteúdo sobre o universo Pokémon, incluindo cards colecionáveis e pelúcias, é investigado por suspeita de exploração sexual de crianças – crime tipificado como estupro de vulnerável – e produção de pornografia infantil.
Segundo a Polícia Civil do Rio, que conduz o inquérito pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), o youtuber usava seu conteúdo e popularidade para atrair menores.
Aliciamento com Cartas Pokémon e Pelúcias
A delegada Maria Luiza Machado, responsável pela prisão, informou à imprensa que João Paulo oferecia vantagens materiais para aliciar as vítimas.
“Ele sempre usava essa proposta de dar um benefício, de dar uma cartinha rara de Pokémon, de, às vezes, dar um brinquedo. E aí ele ia aliciando essas crianças, esses adolescentes, falando que a criança era a pessoa que ele mais confiava que era a melhor amiga dele,” detalhou a delegada.
Segundo a investigação, o youtuber criava um ambiente de confiança, o que a polícia chamou de “parque do silêncio”, para que as vítimas não contassem aos pais. “A criança acreditava que aquele ídolo dela era efetivamente uma pessoa que queria o bem dela”, completou a delegada.
Detalhes da Investigação
A denúncia partiu da família de uma menina de 13 anos no Rio de Janeiro, que mantinha contato com Hunter por aplicativos como WhatsApp e Discord desde os 11 anos.
A vítima narrou à Polícia Civil que o youtuber fez videochamadas mostrando o pênis e pedindo que ela mostrasse partes íntimas. A família interceptou uma mensagem enviada por ele que dizia: “Amigos fazem isso, mostram a bunda um para o outro, isso são coisas de amigos e você é minha melhor amiga”.
Ainda de acordo com a polícia, o youtuber chegou a enviar fotos do próprio pênis pelo WhatsApp e Discord e pedia conteúdo sexual em troca de cards e pelúcias de Pokémon.
Além da menina de 13 anos, a polícia investiga a possibilidade de um menino também ter tido conversas íntimas com Hunter. A vítima fluminense relatou que o youtuber chegou a enviar uma foto íntima de um amigo dela para “provar” que outras pessoas também estavam enviando.
Busca e Apreensão de Materiais
Na residência de João Paulo Manoel, foram cumpridos mandados de busca e apreensão. A polícia encontrou seis celulares, três pendrives e uma CPU de computador. A Justiça autorizou a quebra do sigilo de todos os equipamentos, que serão enviados para perícia no Rio de Janeiro.
O objetivo da perícia é verificar se há mais vítimas e se o youtuber praticava outros crimes envolvendo menores de idade. Apesar de a investigação ser conduzida pela polícia fluminense, João Paulo Manoel permanecerá preso no estado de São Paulo.