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Por Filipe Alves
Um robô desenvolvido por estudantes da Universidade Purdue, no estado de Indiana, nos Estados Unidos, entrou para o Guinness World Records ao resolver um cubo mágico em apenas 0,103 segundo. A marca impressionante torna o dispositivo, batizado de Purdubik’s Cube, o mais rápido do mundo na tarefa, superando todos os recordes anteriores — humanos ou robóticos.
O desempenho foi possível graças a um sistema de visão artificial inédito e a componentes personalizados, tanto de software quanto de hardware. O robô não só foi capaz de interpretar rapidamente o estado do cubo como também executou movimentos sincronizados em uma velocidade considerada até então inatingível.
O contraste com o desempenho humano chama atenção. O atual recordista mundial entre pessoas, o jovem Xuanyi Geng, resolveu o cubo em 3,05 segundos — um tempo mais de 29 vezes maior que o registrado pela máquina de Purdue. O resultado evidencia o avanço da automação em desafios antes considerados exclusivos do intelecto humano.
No centro do feito está o sistema de visão artificial projetado pelos alunos. Para ganhar tempo, eles ensinaram o sistema a processar apenas pequenas frações das imagens captadas, evitando analisar o sensor completo de cada câmera. O modelo utilizado, da marca Flir, é capaz de registrar três faces do cubo em exposições de apenas dez microssegundos. A técnica permitiu a captação quase instantânea das imagens e exigiu grande eficiência no processamento digital.
A equipe utilizou o algoritmo Rob-Twophase, já consagrado em competições robóticas de speedcubing. O método reduz o número total de movimentos ao permitir a rotação simultânea de duas faces do cubo. Além disso, a máquina aplicou a técnica conhecida como “corner cutting”, usada por speedcubers experientes, que consiste em iniciar o próximo giro antes do término completo do anterior.
No aspecto mecânico, o robô foi equipado com seis motores, cada um acoplado ao centro de uma face do cubo. Para lidar com a força e a velocidade exigidas, o time usou eixos metálicos e um cubo adaptado. Os servomotores adotaram um perfil de movimento trapezoidal, atingindo acelerações de até 12 milhões de graus por segundo e desacelerações de 3 milhões de graus por segundo, o que garantiu frenagens precisas após cada giro e evitou falhas que poderiam comprometer o tempo recorde.
