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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, tomou a decisão de exonerar Carlos Ney Pinho Ribeiro do cargo de Coordenador-Geral de Governança Hospitalar no Rio de Janeiro, conforme publicado no Diário Oficial nesta terça-feira. Ney exercia a função de chefia no órgão responsável pelas compras dos seis hospitais federais. Segundo informações publicadas pelo portal O Globo, sua saída ocorreu em meio à crise na rede federal de saúde e foi atribuída à sua suposta interferência política em indicações para cargos de confiança.
Para substituí-lo, a ministra nomeou Paula Lemos Ferreira dos Santos Glielmo, que passa a ser responsável por autorizar gastos, emitir e anular empenhos, promover a liquidação das despesas, processar a movimentação financeira e designar servidores para executar essas atividades, de acordo com o documento oficial.
Apesar da determinação de centralização do departamento de compras publicada em abril, os hospitais federais ainda enfrentam problemas de desabastecimento de insumos e medicamentos, conforme relatado por funcionários.
Carlos Ney, que ocupava o cargo há pouco mais de três meses, possui histórico de atuação política ligada ao PT no município de São Gonçalo, onde já exerceu cargos como secretário municipal de Saúde e teve influência em outras pastas. Sua indicação para o cargo atual foi uma das várias influenciadas pelo deputado federal Dimas Gadelha (PT-RJ) na estrutura dos hospitais federais desde 2022.
Além da exoneração de Ney, o Coordenador de Atenção à Saúde, Laumar de Vasconcelos, também foi demitido. Agora, Joseane Alves Perreira Silva assume como Coordenadora-Geral de Governança Hospitalar e Eliane de Abreu Pimenta como Coordenadora de Gestão de Pessoas.
As mudanças organizacionais visam centralizar as aquisições no Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), especialmente na Coordenadoria-Geral de Governança Hospitalar, agora sob a gestão de Paula Lemos. Isso implica um orçamento previsto de aproximadamente R$ 863,5 milhões para este ano, um aumento de R$ 88 milhões em relação a 2023.
A relação entre Carlos Ney e Dimas Gadelha é duradoura, com Ney ocupando cargos municipais durante o período em que Gadelha estava à frente da Saúde em São Gonçalo. O contexto político se intensifica com a aproximação das eleições municipais, onde Gadelha deve enfrentar representantes do bolsonarismo na cidade.
Com a nova portaria, todas as compras para os seis hospitais federais no Rio passarão pelo crivo da Coordenadora-Geral do DGH. Este movimento acontece em meio a relatos de pacientes aguardando tratamentos por longos períodos e evidências de negligência administrativa, conforme apontado em relatório divulgado em março de 2023 pela antiga direção do DGH.