O procurador-geral da República, Augusto Aras, criticou a Operação Lava Jato em um post no Twitter, um dia após o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht usadas em acusações e condenações.
Aras disse que a Lava Jato tem um “legado maldito” que destruiu vidas e reputações. Ele também afirmou que a operação foi marcada por “forte corporativismo” e “fake news”.
Toffoli ainda determinou que a Procuradoria-Geral da República, a Advocacia-Geral da União, a Receita Federal, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) identifiquem e informem quais agentes públicos atuaram no acordo de leniência da Odebrecht que não passaram pelos trâmites formais.
O ministro também determinou que os órgãos tomem as providências necessárias para apurar responsabilidades sobre o acordo. Na decisão, Toffoli disse que a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser chamada de um dos maiores erros judiciários da história do país.
Aras também criticou o acordo de leniência da Odebrecht, dizendo que ele foi “celebrado como meios ilegítimos de levar inocentes à prisão”.
Eis a íntegra da nota de Aras
Viva o Brasil
Enfrentamos nos últimos 4 anos um forte corporativismo apoiado pelas fake news divulgadas pela imprensa desviada que confundiram Justiça com vingança.
Fui acusado de destruir a Lava Jato, quando apenas institucionalizei e despersonalizei o Ministério Público. Hoje, a sociedade enxerga seu verdadeiro legado maldito, seu “modus operandi” que ceifa vidas, a política, a economia e afronta a soberania nacional.
Nós temos o dever de cumprir a Constituição, rasgada por poucos e ruidosos membros do sistema de justiça.
Só com equilíbrio institucional, respeito ao limite de cada Poder e a nossa Lei Maior, teremos um Brasil fraterno.
— Augusto Aras (@AugustoAras) September 7, 2023