O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ironizou um momento apontado como “socialista” da Corte durante o julgamento que discute uma possível mudança na remuneração do FGTS. O magistrado disse estar “reconfortado”, brincando com o fato de frequentemente ser chamado de “comunista” por seus críticos.
A fala ocorreu após Flávio Dino dizer, em tom de brincadeira, que uma proposta do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, para o caso era “bem socialista”.
Os ministros do Supremo estão analisando se devem aumentar a correção do FGTS. Barroso, que é o relator, propôs que o ganho precisa ser no mínimo igual ao da poupança.
Flávio Dino apontou em seu voto que uma eventual mudança no financiamento do fundo poderia afetar o crédito imobiliário.
Barroso questionou, então, se “não faria mais sentido tirar do multimercado ou do CDB do que tirar da poupança do trabalhador”, e Dino respondeu: “O problema, ministro Barroso, é que nós temos um fundo público, com regras de captação, remuneração, despesa e reposição. Temo que Vossa Excelência esteja propugnando algo bem socialista, com o qual eu não tenho nenhuma oposição, mas o fato é que temos uma Constituição”.
Pouco depois da fala, Alexandre de Moraes também brincou com a situação: “Aproveitando esse momento socialista do plenário. Eu, depois de muito tempo, sendo chamado como único comunista dessa Suprema Corte, hoje me sinto reconfortado com o momento socialista da Suprema Corte”.
