A China chamou as crescentes restrições internacionais aos viajantes de seu território de “inaceitáveis” depois que mais de uma dúzia de países impuseram novas restrições de coronavírus a visitantes da nação mais populosa do mundo.
Os Estados Unidos, o Canadá, o Japão e a França estão entre os países que insistem que todos os viajantes da China forneçam testes COVID-19 negativos antes da chegada, à medida que crescem as preocupações com o aumento dos casos.
O aumento acentuado de infecções na China ocorre depois que Pequim suspendeu abruptamente suas políticas de zero COVID em dezembro, levando hospitais e crematórios a ficarem rapidamente sobrecarregados.
No entanto, Pequim avançou com a tão esperada reabertura, anunciando o fim da quarentena obrigatória na chegada na semana passada, em um movimento que levou os chineses a planejar viagens ao exterior.
“Alguns países adotaram restrições de entrada visando apenas viajantes chineses”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (3).
“Isso carece de base científica e algumas práticas são inaceitáveis”, acrescentou ela, alertando que a China poderia “tomar contramedidas com base no princípio da reciprocidade”.
No entanto, quando questionada sobre a reação da China, a primeira-ministra da França, Elisabeth Borne, defendeu as novas regras.
“Acho que estamos cumprindo nosso dever ao pedir exames”, disse Borne à rádio franceinfo. “Vamos continuar a fazê-lo.”
As regras impostas afetam todos os viajantes vindos da China, não apenas os cidadãos chineses, enquanto Pequim continua a restringir a entrada de visitantes e a não emitir vistos para turistas ou estudantes internacionais.
Países como os EUA também citaram a falta de transparência de Pequim sobre os dados de infecção e o risco de novas variantes como motivo para restringir os viajantes.