O Exército israelense afirmou nesta quarta-feira (31) que atacou posições do Exército sírio em resposta ao lançamento de três foguetes contra Israel, em um reconhecimento pouco frequente de uma operação militar contra o regime de Bashar al-Assad.
“Aviões de combate atacaram nesta noite infraestrutura militar do regime sírio na área da cidade de Daraa, no sul da Síria”, disseram as Forças de Defesa de Israel (FDI) em comunicado.
O ataque, acrescentou o Exército, foi em resposta ao lançamento dos foguetes, que caíram em áreas abertas do sul dos Altos do Golã sem causar vítimas.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres e informantes no país asiático, indicou em sua página na internet que os alvos foram “instalações militares” em Tal al Jumu e Nafaa, sem que, até o momento, haja informações sobre vítimas ou danos materiais.
Apenas dois dias antes, as autoridades sírias denunciaram vários mortos em um bombardeio atribuído a Israel contra posições da Guarda Revolucionária do Irã ao sul da capital síria, Damasco, sem que as autoridades israelenses se pronunciassem sobre o assunto.
As autoridades israelenses não costumam se pronunciar sobre os ataques contra a Síria. Extraoficialmente, argumentam que buscam evitar o estabelecimento de bases iranianas e o envio de armas ao partido-milícia xiita libanês Hezbollah por parte de Teerã, que apoia Al Assad no contexto da guerra que eclodiu em 2011.
Embora já ocorressem anteriormente, Israel intensificou suas ações contra o território sírio desde o início da guerra de Gaza no último dia 7 de outubro.
Há pouco mais de uma semana, outra ação israelense contra um edifício residencial em Damasco causou a morte de 13 pessoas, entre elas cinco comandantes da Guarda Revolucionária iraniana, e provocou o desabamento de um imóvel de quatro andares em um dos bairros mais abastados da cidade.
Disparos do Líbano
Por outro lado, o Exército de Israel confirmou o impacto em “espaços abertos” de vários projéteis disparados nas últimas horas pelo Hezbollah desde o sul do Líbano, ao qual respondeu com disparos de artilharia.
“Não há vítimas. As Forças de Defesa de Israel (FDI) dispararam com artilharia contra vários pontos no sul do Líbano”, disseram.
Em seguida, o Hezbollah reivindicou a autoria do disparo de “mísseis” contra “uma concentração de soldados inimigos”.
“Foram atingidos diretamente”, disse o grupo, que frisou que age “em apoio ao firme povo palestino na Faixa de Gaza e em apoio à sua valente e honrosa resistência”, segundo a emissora de televisão libanesa Al Manar, ligada ao partido-milícia.
As tensões entre Israel e o Hezbollah, apoiado pelo Irã, aumentaram após a morte no início de janeiro do número dois do Hamas, Salé al-Aruri, e outros seis membros do grupo, incluindo dois altos cargos de seu braço armado, as Brigadas Ezzeldín al-Qassam, em um bombardeio atribuído ao Exército israelense contra a capital libanesa, Beirute.