As cifras diárias de mortos e feridos russos na Ucrânia atingiram em fevereiro uma média de 983, o que representa o máximo da série histórica desde o início da invasão em larga escala, em 24 de fevereiro de 2022, segundo informações dos serviços secretos militares britânicos.
“A média de baixas russas – mortos e feridos – na Ucrânia em fevereiro de 2024 é a mais alta desde o início da guerra, com 983 por dia”, indicou o Ministério da Defesa britânico em seu relatório diário.
Esse aumento é um sintoma da “guerra de desgaste em massa” que Moscou optou por adotar. “Embora seja custosa em termos de vidas humanas, o resultado é um aumento da pressão sobre as posições da Ucrânia na frente”, afirmou Londres.
Segundo estimativas britânicas, a Rússia teve 355.000 baixas entre combatentes mortos e feridos na guerra. O Ministério da Defesa britânico preparou um gráfico que mostra a média de baixas russas por mês desde março de 2022.
Apesar das numerosas baixas nas tropas russas, a Ucrânia continua pressionando o Ocidente para o envio de ajuda financeira e militar.
O presidente Volodimir Zelensky voltou a pedir no sábado aos seus aliados ocidentais que forneçam mais sistemas de defesa antiaérea para Kiev, para “salvar vidas”, após uma série de bombardeios russos que deixaram pelo menos onze mortos.
Uma série de bombardeios noturnos atingiram a cidade portuária de Odesa, às margens do Mar Negro, e causaram oito mortes, incluindo uma criança e um bebê, segundo autoridades regionais ucranianas.
Em Kherson, Kharkiv e Zaporizhzhia, regiões mais próximas da linha de frente, outros ataques russos deixaram outros três mortos, relataram funcionários ucranianos.
“A Rússia continua atacando civis”, afirmou Zelensky nas redes sociais.
“Precisamos de mais defesas antiaéreas de nossos aliados. Temos que reforçar o escudo aéreo ucraniano para proteger melhor nosso povo do terrorismo russo e salvar vidas”, disse o presidente.
A Ucrânia enfrenta o desgaste após mais de dois anos desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, e suas forças lutam com poucos recursos.
O governo de Kiev espera a aprovação de um novo pacote de ajuda dos Estados Unidos no valor de 60 bilhões de dólares, que está bloqueado no Congresso devido à oposição dos republicanos.
Em Odesa, um “prédio de nove andares foi destruído” por um ataque russo, informou neste sábado o ministro do Interior, Igor Klimenko.
Cerca de dez pessoas ainda estão desaparecidas e cerca de 100 socorristas estão sendo desdobrados para continuar a busca durante toda a noite.
As imagens divulgadas do bombardeio mostram um prédio parcialmente em ruínas com a fachada destruída e os apartamentos expostos.
Nas últimas semanas, a Rússia está na ofensiva e, após a tomada da cidade de Avdiivka, na frente oriental, em fevereiro, as tropas de Moscou avançam nesta área e reivindicaram o controle de várias aldeias adjacentes.
A vitória contra a Rússia “depende de vocês”, advertiu o presidente ucraniano há alguns dias a seus aliados ocidentais.
O presidente ucraniano instou nos últimos dias as potências ocidentais a acelerarem a entrega da ajuda militar, especialmente munições, sistemas de defesa antiaérea e aviões de combate.
Metade das armas prometidas pelos países ocidentais a esta antiga república soviética estão sendo entregues tarde, segundo o ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov.
Durante uma visita às posições da linha de frente no sábado, o novo comandante das forças armadas ucranianas, Oleksandr Sirski, declarou que “a situação na frente continua difícil, mas está controlada”.
Suas forças também tentam atingir repetidamente o território controlado por Moscou. O Ministério da Defesa russo informou no domingo que havia frustrado “um ataque de 38 drones” de Kiev sobre a península anexada da Crimeia.
Na noite anterior, a guarda nacional russa disse que “a colisão de um drone” parecia ser a causa “provável” de um incidente que levou à evacuação de cem pessoas em um bairro de São Petersburgo, a segunda cidade mais importante da Rússia.
Mídia ucraniana relatou, por sua vez, que o drone foi abatido pela defesa aérea russa quando se dirigia a um depósito de petróleo, localizado a menos de um quilômetro do local do incidente.
Kiev atacou várias instalações petrolíferas russas nos últimos meses, em resposta aos repetidos ataques de Moscou à rede elétrica ucraniana.
(Com informações da Europa Press e AFP)
