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O Papa Francisco fez um apelo aos governantes da Venezuela para que promovam o diálogo e destacou que “as ditaduras não servem para nada e acabam mal, cedo ou tarde”. A declaração foi feita nesta sexta-feira, quando o pontífice foi questionado sobre a crise política no país sul-americano, após as eleições presidenciais realizadas em 28 de julho.
Apesar da contundência em sua mensagem, Francisco foi cauteloso e afirmou não estar completamente a par dos acontecimentos recentes na Venezuela. “O que posso dizer aos governantes é que dialoguem e promovam a paz”, disse o Papa durante uma entrevista coletiva no avião, enquanto retornava de sua viagem pela Ásia e Oceania. Em seguida, reiterou: “As ditaduras não servem para nada e acabam mal, cedo ou tarde”.
O Papa também reforçou seu apelo para que “o governo e o povo façam todo o possível para encontrar um caminho de paz na Venezuela”. Ele preferiu não fazer uma análise política mais aprofundada, explicando que não tinha detalhes suficientes, mas acrescentou: “Sei que os bispos venezuelanos já se pronunciaram, e a mensagem deles é boa”.
Os bispos católicos da Venezuela pediram, em diversas ocasiões, que o presidente Nicolás Maduro apresentasse as atas eleitorais, argumentando que “negar a soberania popular expressa pelo voto é moralmente inaceitável, pois se afasta gravemente da verdade e da justiça”.
Durante a viagem do Papa à Ásia, o candidato opositor venezuelano Edmundo González Urrutia chegou à Espanha como asilado político, após um tribunal venezuelano emitir uma ordem de prisão contra ele. Urrutia é acusado de divulgar documentos que comprovariam sua vitória nas eleições presidenciais de 28 de julho.
Visita à Argentina é adiada
Francisco também descartou a possibilidade de uma viagem próxima à Argentina, afirmando que “há coisas a serem resolvidas antes”. O Papa, que ainda não visitou seu país natal desde que foi eleito em 2013, explicou: “Gostaria de ir, é o meu povo, mas ainda não está decidido. Existem várias questões que precisam ser resolvidas antes disso”.
Por outro lado, o pontífice confirmou que está avaliando uma visita às Ilhas Canárias, na Espanha, para demonstrar solidariedade diante da crise migratória que afeta o arquipélago. Havia especulações de que a visita poderia ocorrer durante uma escala em uma eventual viagem à Argentina, mas essa hipótese parece cada vez mais improvável.
No início do ano, Francisco havia mencionado a possibilidade de uma viagem à Argentina após sua passagem pela Ásia, que inicialmente estava prevista para agosto. Ele também comentou em um programa de televisão italiano que estava preocupado com a situação no país, destacando que “o povo está sofrendo muito”.
Além disso, o Papa confirmou que não participará da cerimônia de reabertura da Catedral de Notre Dame, em Paris, após sua restauração devido ao incêndio de 2019.
“Ir à China é meu sonho”
Por fim, Francisco expressou seu desejo de visitar a China, chamando isso de “uma ilusão”. Ele destacou o acordo assinado entre o Vaticano e as autoridades chinesas em 2018, renovado duas vezes, sobre o processo de nomeação de bispos. Esse acordo pôs fim a uma divisão entre a Igreja oficial, controlada pelo governo de Pequim, e uma Igreja clandestina.
“Tenho uma grande admiração pela China e a respeito muito. É uma cultura milenar, com uma incrível capacidade de diálogo”, afirmou o Papa. “A China representa uma promessa e uma esperança para a Igreja”, concluiu Francisco.
(Com informações da EFE)