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A Catedral de Notre-Dame de Paris reabriu oficialmente suas portas no último sábado, mais de cinco anos após um devastador incêndio que quase destruiu o monumento gótico de 861 anos, situado no coração da Cidade Luz. A cerimônia de reabertura, marcada por grande emoção, contou com a presença do arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, e do presidente francês Emmanuel Macron, além de mais de 1.500 convidados especiais, incluindo 50 chefes de estado, o príncipe William, a primeira-dama Jill Biden, o presidente eleito Donald Trump, que fez sua primeira viagem internacional após sua vitória nas eleições, e o bilionário Elon Musk.
EN DIRECT | Cérémonie de réouverture de la cathédrale Notre-Dame de Paris. https://t.co/Xwh0dOxLA5
— Élysée (@Elysee) December 7, 2024
A reabertura aconteceu em um dia especial para a Igreja Católica: a solenidade da Imaculada Conceição, que celebra a crença de que Maria, à qual a catedral é dedicada, foi concebida sem pecado. O evento também marcou o culminar de um longo e árduo processo de restauração, que custou aproximadamente 760 milhões de dólares.
A Cerimônia
Antes do início da cerimônia, Trump, vestido com um terno preto e gravata amarela, cumprimentou outros líderes mundiais, incluindo o príncipe William. Macron, sua esposa Brigitte e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, também posaram para fotos com a primeira-dama Jill Biden. O momento histórico foi acompanhado por uma multidão de espectadores, que, apesar de distantes devido às medidas de segurança, podiam ser ouvidos celebrando ao som do grande sino da catedral, que começou a tocar às 1h09 (horário de Brasília).
A cerimônia teve início com uma procissão conduzida pelo arcebispo Ulrich, que estava acompanhado por padres de várias paróquias de Paris. Eles marcharam até as imponentes portas de ferro da catedral, onde Ulrich bateu três vezes na porta dourada com um bastão, pronunciando palavras de acolhimento e oração. “Nossa Senhora, mãe mais amorosa, abra suas portas para nos ajudar a buscar o amor, a verdade, a justiça e a paz”, disse ele, com o coro juvenil respondendo com o Salmo 121.
Em um momento emocionante, Ulrich abriu a porta da catedral, revelando a multidão que aguardava e permitindo que a música do coro ecoasse pela grande nave. Em seguida, ele saiu para cumprimentar Macron, sua esposa e Hidalgo, antes de todos entrarem juntos na catedral.
O Reconhecimento aos Heróis do Incêndio
Após a entrada na catedral, um vídeo foi exibido, detalhando o incêndio de 15 de abril de 2019 e o árduo trabalho de restauração que se seguiu. Mais de 400 bombeiros que lutaram contra as chamas receberam uma calorosa ovação. Entre eles estava o comandante da brigada de incêndio de Paris, o general Arnaud de Cacqueray, que liderou a equipe durante os 12 horas de combate ao incêndio, que teve início no sótão abaixo do teto de madeira da catedral.
A seguir, a cerimônia contou com uma intervenção musical, onde um violinista e um violoncelista encantaram os presentes com sua música. Macron fez um discurso emocionado, agradecendo a todos os envolvidos na restauração e concluiu com um grito de “Vive la France!”.
A Mensagem do Papa e a Benção do Órgão
Uma mensagem do Papa Francisco foi lida por seu representante, o arcebispo Celestino Migliore, que destacou a importância simbólica da restauração da catedral, não apenas por seu valor histórico e artístico, mas também pelo significado espiritual que ela representa para o povo francês e para o mundo. O Papa também mencionou a importância de a catedral continuar a acolher visitantes “generosamente e livremente”, uma possível referência à proposta do Ministério da Cultura francês de cobrar entrada para a catedral.
O órgão da catedral, que sobreviveu ao incêndio, foi abençoado pelo arcebispo, que entoou um cântico enquanto o organista Olivier Latry, o mais antigo a tocar no instrumento, executava uma peça para os presentes. O órgão, que data da década de 1730, passou por um longo processo de restauração para restaurar suas 8.000 tubos e afiná-lo de acordo com a acústica da catedral.
Segurança e Acesso ao Público
A cerimônia aconteceu sob um intenso esquema de segurança, com mais de 6.000 policiais e soldados em patrulha e unidades de antiterrorismo posicionadas pela cidade. No entanto, áreas públicas para visualização da cerimônia foram montadas nas margens do rio Sena, com capacidade para 40.000 pessoas, que assistiram aos eventos em telões gigantes.
Embora o evento tenha sido exclusivo para convidados, no domingo, a primeira missa celebrada desde o incêndio será aberta ao público, com cerca de 3.000 convidados presentes. A catedral será aberta ao público às 18h30 (horário local) de domingo.
A História da Catedral e os Desafios da Restauração
A restauração de Notre-Dame foi possível graças a uma impressionante mobilização de recursos, que arrecadou quase 1 bilhão de dólares em doações, com contribuições de milhares de pessoas ao redor do mundo. Entre os itens preciosos que foram salvos durante o incêndio estão as relíquias religiosas, como a Coroa de Espinhos e a túnica de São Luís, além de várias obras de arte, incluindo pinturas e esculturas que foram retiradas antes do incêndio.
A Catedral de Notre-Dame, que atrai entre 14 a 15 milhões de visitantes por ano, representa não apenas um marco religioso e cultural, mas também um símbolo de resistência e renovação para a cidade de Paris e para o mundo inteiro.
A reconstrução de Notre-Dame é um testemunho da dedicação e da unidade global em prol da preservação de um dos maiores ícones da história da arquitetura gótica.