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O Papa Francisco inaugurou, nesta terça-feira (24), o Jubileu católico de 2025 e aproveitou a ocasião para fazer um apelo contra as “crianças metralhadas” em guerras, além de condenar as “dívidas injustas” impostas a países mais pobres.
De cadeira de rodas e com um aparelho auditivo na orelha direita, o pontífice de 88 anos apareceu bem disposto após um resfriado e presidiu a missa do Natal do Senhor.
Em 2024, a celebração coincidiu com a abertura do Jubileu, evento realizado pela Igreja Católica a cada 25 anos, que representa um período de indulgência e perdão para os fiéis.
Antes de atravessar a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Papa afirmou: “Ancorados em Cristo, rocha de nossa salvação, cruzamos o limiar deste templo sagrado e entramos na era da misericórdia e do perdão, para que seja aberto o caminho da esperança para cada homem e mulher”.
Em sua homilia, ele também destacou: “Esta é a noite em que a porta da esperança se abre sobre o mundo. Esta é a noite em que Deus diz a cada um: há esperança também para você. Deus perdoa a todos e perdoa sempre, não se esqueçam disso”.
Durante a leitura, Francisco abordou as “muitas desolações de nosso tempo”, como as guerras, as crianças metralhadas e as bombas contra escolas e hospitais, embora não tenha mencionado nenhum país em particular.
No último domingo (22), durante a celebração do Angelus, o Papa também se referiu a “crianças metralhadas e bombardeios de escolas e hospitais”, citando explicitamente a Faixa de Gaza, o que gerou críticas do governo de Israel, que acusou o pontífice de estar “desconectado da realidade e da luta contra o terrorismo”.
Na missa da véspera de Natal, Francisco destacou que o Jubileu convida os fiéis a “se empenharem pela transformação do mundo para que este tempo seja realmente jubilar”, incluindo ações para “nossa mãe Terra, deturpada pela lógica do lucro, para os países mais pobres, sobrecarregados por dívidas injustas” e para “todos aqueles que são prisioneiros de velhas e novas escravidões”.
Ele ainda afirmou que “a esperança não tolera a indolência do sedentário e a preguiça de quem está acomodado nos próprios confortos; não admite a falsa prudência de quem não se move por medo de se comprometer e o cálculo de quem pensa apenas em si mesmo; é incompatível com o viver quieto de quem não levanta a voz contra o mal e as injustiças consumados sobre a pele dos mais pobres”.
Às 8h (horário de Brasília) desta quarta-feira (25), Francisco continuará as celebrações natalinas com a bênção “Urbi et Orbi” (“À cidade e ao mundo”), abordando os principais temas da atualidade.
Na próxima quinta-feira (26), no âmbito do Jubileu de 2025, o Papa abrirá uma Porta Santa na penitenciária romana de Rebibbia, uma das principais prisões da Itália, marcando um fato inédito na história. O objetivo da iniciativa é enviar uma mensagem em prol da reinserção de detentos na sociedade, já que o ritual representa a passagem para a salvação dos fiéis.
Nos dias seguintes, Francisco também abrirá as Portas Santas das basílicas de São João de Latrão (29/12), Santa Maria Maior (1/1) e São Paulo Fora dos Muros (6/1), todas em Roma. A cidade deve receber dezenas de milhões de peregrinos em busca de perdão ao longo dos próximos 12 meses.
