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Após uma breve pausa nos ataques durante a Páscoa, a Rússia voltou a lançar intensos bombardeios contra o leste e o sul da Ucrânia, retomando sua campanha militar com o uso de drones e mísseis em diversas regiões do país. A informação foi confirmada por autoridades ucranianas nesta segunda-feira (21).
De acordo com a Força Aérea da Ucrânia, drones Shahed de fabricação iraniana foram lançados durante a madrugada, provocando explosões e destruindo propriedades em áreas estratégicas. Em Dnipropetrovsk, o governador Sergiy Lysak informou que os ataques danificaram uma residência e um comércio, mas não houve registro de feridos.
Na cidade de Mykolaiv, no sul do país, mísseis russos atingiram a região por volta das 4h57 da manhã. Segundo o governador Vitaliy Kim, não foram reportados danos graves nem vítimas.
Os novos bombardeios ocorrem dias após o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, denunciar que a Rússia havia violado mais de duas mil vezes a trégua pascal iniciada em 15 de abril, que deveria representar uma pausa temporária no conflito. Apesar disso, Zelensky afirmou que, durante o cessar-fogo, não houve alertas aéreos em todo o território, o que deu um pequeno alívio à população.
Zelensky propôs a extensão da trégua por pelo menos 30 dias, com a suspensão do uso de drones e mísseis, na tentativa de reduzir a violência e iniciar a reconstrução do país. No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou à agência russa TASS que Moscou não pretende prorrogar o cessar-fogo.
A utilização dos drones Shahed preocupa autoridades ucranianas, por sua capacidade destrutiva e alcance de longo raio, afetando tanto alvos civis quanto militares. A agência de notícias Ukrinform registrou novas explosões nas regiões de Mykolaiv, Kherson e Cherkasy — áreas consideradas fundamentais para a defesa da Ucrânia.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump disse esperar que Rússia e Ucrânia cheguem a um acordo ainda nesta semana e declarou que ambos os países poderiam “fazer grandes negócios” com os EUA. Trump, que prometeu resolver o conflito até o centésimo dia de seu novo mandato, ameaçou abandonar seu papel como mediador caso não haja avanços nas negociações até 30 de abril.
O secretário de Estado, Marco Rubio, reforçou a pressão, afirmando durante visita a Paris que Washington pode “se afastar” do processo caso não veja progresso “em breve”. A declaração gerou apreensão entre autoridades ucranianas e europeias, especialmente diante da dúvida sobre o futuro do apoio militar dos EUA a Kiev.
A trégua pascal de 30 horas foi respeitada parcialmente pelos dois lados, que trocaram acusações de violações, apesar de uma redução perceptível nas hostilidades. Para analistas internacionais, o cessar-fogo foi, na prática, uma jogada diplomática para demonstrar boa vontade diante de Trump e sua influência nas negociações de paz.
A trégua energética entre Rússia e Ucrânia também expirou nesta semana, sem qualquer sinal de renovação por parte dos governos envolvidos.
(Com informações de AFP e EFE)
