O Ministério Público Federal (MPF) do Paraná pediu a anulação do depoimento do advogado Tacla Duran que acusou o atual senador Sergio Moro (União Brasil) e também o atual deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos) de extorsão.
Na segunda-feira (27), o réu por lavagem de dinheiro para a Odebrecht, que confessou o crime, também acusou o ex-juiz e o ex-procurador de perseguição.
A fala de Duran foi feita durante depoimento ao novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio.
No documento do MPF, o procurador Walter José Mathias Junior afirma que a ação penal envolvendo Tacla está suspensa após uma decisão do ministro do STF, Ricardo Lewandowski.
O procurador define como contraditória a determinação de Appio para ouvir o réu.
Ainda segundo o despacho, Tacla Duran deturpou o conteúdo da audiência, que deveria ser para ajuste de medidas cautelares no lugar da prisão preventiva revogada, e fez acusações.
Por isso, o procurador solicita que os atos de Appio sejam anulados.
No despacho, o MPF também afirma que Appio foi omisso ao não apreciar um pedido de sigilo no processo feito pelo órgão ao fim da audiência. “Verifica-se omissão ao não se apreciar o pedido de sigilo em audiência, tampouco em momento imediatamente posterior, mesmo diante do teor das declarações da defesa”, diz trecho da ação.
De acordo com Appio, o pedido será analisado em gabinete. Porém, não há data prevista.
O procurador ainda pede que seja revisto o encaminhamento de Tacla para o programa federal de testemunhas protegidas.
Ele ressalta no documento que o advogado é réu no processo, e não testemunha.
Sobre Deltan, Tacla Duran afirma ser “perseguido na Espanha e em outros países” por ele.
Já sobre Moro, Duran diz que foi vítima de tentativa de extorsão durante o processo por pessoas ligadas ao ex-juiz da Lava Jato.