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Pesquisadores do Scripps Research Institute identificaram um composto químico presente em ervas como o alecrim e a sálvia que pode oferecer novas esperanças no combate à doença de Alzheimer. O estudo, publicado na revista Antioxidants, aponta o ácido carnósico como um potencial agente terapêutico para distúrbios neurodegenerativos, incluindo o Alzheimer, devido às suas “notáveis propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias”.
Piu Banerjee, pós-doutoranda do Scripps Research, e o neurologista Dr. Stuart Lipton, ambos baseados na Califórnia, detalharam os resultados à Fox News Digital. “Neste estudo, observamos que a administração deste fármaco a camundongos com doença avançada semelhante ao Alzheimer melhorou significativamente o número de neurônios, assim como o número de sinapses ou conexões entre as células cerebrais”, afirmou a equipe.
Os especialistas também destacaram que o composto “reduziu a inflamação causada pelas atuais terapias com anticorpos anti-amiloides” e observaram “uma melhora no comportamento de aprendizado e memória dos camundongos que receberam o fármaco”.
Um ponto crucial revelado pelos pesquisadores é que o ácido carnósico atua como um “pró-fármaco”, ou seja, ele se torna ativo apenas quando entra em contato com o estresse oxidativo e inflamatório no corpo. “Ele especificamente mira células sob estresse oxidativo e inflamatório, sem afetar as células cerebrais saudáveis e normais”, explicou Banerjee, o que o torna uma opção promissora para futuras terapias.
Cautela e Próximos Passos
Apesar dos resultados promissores em modelos animais, especialistas alertam para a necessidade de cautela. Courtney Kloske, diretora de envolvimento científico da Alzheimer’s Association, em Chicago, ressaltou à Fox News Digital que estudos em camundongos, embora úteis para entender a biologia da doença, não são conclusivos para humanos. “Os modelos são importantes para nos ajudar a entender a biologia básica da doença, mas precisamos de estudos humanos em populações representativas para que as ideias sejam totalmente validadas”, disse Kloske. “Portanto, embora essas descobertas sejam intrigantes, mais pesquisas são necessárias para compreender os impactos e resultados desses compostos em pessoas que vivem com Alzheimer ou estão em risco.”
Banerjee e Lipton também alertaram que cozinhar sálvia e alecrim não é suficiente para obter os efeitos anti-inflamatórios desejados. “Criticamente, não se pode consumir essas ervas de forma segura o suficiente para produzir o mesmo efeito que nosso novo fármaco”, afirmou Banerjee.
O estudo, financiado em parte pelo National Institutes of Health, teve algumas limitações reconhecidas pelos pesquisadores. Kloske desaconselhou o consumo dessas ervas ou do ácido carnósico para prevenir ou tratar Alzheimer ou outro comprometimento cognitivo neste momento. O Dr. Lee Murray, neurologista em Jackson, Tennessee, ecoou essa preocupação, destacando que os estudos ainda são “pré-clínicos” e que há “evidências clínicas insuficientes para recomendar alecrim e sálvia como terapia padrão para a demência de Alzheimer”.
No entanto, Murray classificou os dados como “encorajadores” e que abrem portas para novas linhas de pesquisa. Piu Banerjee expressou a esperança de que o “nosso fármaco comece em breve ensaios clínicos em humanos”. Ela acrescentou: “Se provar ser eficaz, será um ótimo novo fármaco para aqueles que sofrem de Alzheimer… Com base nos resultados de nossos estudos com animais, estamos cautelosamente otimistas com seu sucesso em ensaios clínicos em humanos.”
