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Milhares de palestinos deslocados começaram a retornar nesta sexta-feira (10) ao norte da Faixa de Gaza, marcando o início de um movimento de volta à Cidade de Gaza após a entrada em vigor de um cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas, segundo informações da agência Reuters. A cena de famílias inteiras caminhando pela estrada de Al-Rashid, coberta de poeira, simbolizou o impacto imediato do acordo, que também prevê a retirada parcial das tropas israelenses de várias áreas do enclave.
O cessar-fogo, aprovado pelo governo israelense nas primeiras horas da sexta-feira, entrou em vigor ao meio-dia, horário local. De acordo com fontes militares ouvidas pela Reuters, a suspensão das hostilidades permite a retomada gradual da vida civil em regiões urbanas devastadas pelos ataques das últimas semanas. A Cidade de Gaza — principal centro urbano do território e um dos pontos mais atingidos pelos bombardeios — começou a receber novamente seus moradores após meses de intensos combates.
Como parte do acordo, está previsto um processo de troca de prisioneiros e reféns. Segundo autoridades de ambos os lados, os reféns israelenses mantidos em Gaza deverão ser libertados em até 72 horas após o início da trégua, em troca da liberação de centenas de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
A primeira fase do plano de paz, articulado com o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, inclui a retirada das tropas israelenses de determinadas zonas urbanas do enclave. No entanto, Israel manterá o controle sobre aproximadamente metade do território.
De acordo com fontes oficiais citadas pela Reuters, o acordo também prevê a entrada gradual de ajuda humanitária em Gaza, incluindo alimentos, água potável e medicamentos. Caminhões carregados com suprimentos começaram a se dirigir à região para atender centenas de milhares de civis que permanecem em abrigos improvisados após a destruição de suas casas.
A reabertura dos corredores humanitários é vista como um passo crucial para aliviar a crise humanitária, que se agravou com a escassez de alimentos e a destruição de hospitais e escolas. Organizações internacionais esperam que a trégua permita o envio seguro de equipes médicas e a reconstrução de parte da infraestrutura essencial.
Apesar da trégua e da esperança trazida pelo retorno da população deslocada, o futuro de Gaza ainda é incerto. Especialistas alertam que a estabilidade da região dependerá do cumprimento integral dos compromissos firmados entre Israel e Hamas.
“O cessar-fogo é um avanço importante, mas a paz duradoura exigirá esforços contínuos e boa-fé de ambos os lados”, afirmou uma fonte diplomática à Reuters.
Com o início da trégua e o retorno dos palestinos às suas comunidades, abre-se um novo capítulo na crise de Gaza — um momento de reconstrução e esperança, mas também de vigilância quanto à manutenção da paz em um território marcado por décadas de conflito.
