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Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que o ex-governador do Rio de Janeiro (RJ), Sérgio Cabral, tenta “constranger” autoridades em sua delação premiada.
Foi com base nesse documento que Edson Fachin proibiu, na última sexta (14), que a Polícia Federal deflagrasse investigações baseadas em 20 novos anexos apresentados pela defesa de Cabral, incluindo o que ele acusa Dias Toffoli de vender decisões no TSE. A decisão suspendeu todas as investigações da delação do ex-governador.
“Essas declarações são desprovidas de qualquer elemento de corroboração e contraditórias com relatos de outros colaboradores premiados merecedores de credibilidade por terem fornecido elementos materiais daquilo que alegaram, ao contrário de Cabral”, disse o MPF.
De acordo com a PGR, Cabral tenta “constranger os órgãos de persecução a lhe conceder os benefícios decorrentes da colaboração”.
Em 900 páginas de delação, o ex-governador teria revelado os esquemas de corrupção construídos e mantidos por ele durante os oito anos que comandou o Rio de Janeiro.
Segundo a CNN Brasil, Sérgio Cabral entregou à Polícia Federal e-mails, comprovantes de passagens aéreas e hospedagens de hotéis, conversas e agendas – algumas já até apreendidas em operações da Lava Jato.
Ao analisar as 900 páginas é possível perceber que alguns relatos feitos por Cabral conseguem explicar contextos que chegaram até a ser divulgados pela imprensa no passado, mas que, conforme afirmou o ex-governador do Rio à PF, esconderiam pagamentos de propina para barrar investigações e supostas compras de decisões da Justiça e de apoio político dos partidos.
O material foi homologado, em fevereiro de 2020, no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo fato de autoridades com foro privilegiado serem mencionadas, e dividido em 19 inquéritos. Seis meses depois, o então presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, decidiu pelo arquivamento de 12 inquéritos.