Al Jazeera – No calor de 32C (89.6F) de um verão israelense, pais e filhos esperaram – alguns pacientemente e outros menos – em uma fila do lado de fora de uma estação de testes pela vez de seus filhos receberem o Sofia COVID-19 recentemente aprovado teste.
Alguns planejavam ir a um parque aquático, outros a um museu e outros apenas para comer. Mas as crianças, de três a 12 anos, precisavam primeiro fazer um teste de coronavírus para fazer isso.
A partir de 20 de agosto, os “passes verdes” são obrigados a entrar em restaurantes, piscinas públicas, museus ou qualquer outro local público além dos parques. O passe é emitido para pessoas que receberam duas doses da vacina ou que se recuperaram do coronavírus.Mas, ao contrário do que acontecia no passado, as crianças que não podiam ser vacinadas também devem ter o passe.
“É difícil”, disse Shira Elkin, que estremeceu quando teve que segurar seu assustado e choroso filho de quatro anos para permitir que o médico pegasse uma amostra de cotonete de dentro de seu nariz. “Mas entendo que é importante e estou pronto para fazer o esforço.”
Os resultados dos testes rápidos chegam em 15 minutos, mas eles são bons apenas por 24 horas e alguns pais se viram esperando na fila por mais de uma hora e fazendo isso por dias consecutivos desde que a exigência entrou em vigor.
“Se eles nos obrigarem a fazer isso todos os dias, vou arrancar meus cabelos”, disse Tamar Cohen, que esperava com o marido e duas filhas pequenas. “É ridículo. Não podemos esperar na fila todos os dias. ”
A exigência é o mais recente – e o mais draconiano – movimento na batalha do governo israelense contra a variante Delta, que atingiu Israel com força. A rápida disseminação da variante pegou os israelenses de surpresa.
Israel foi um dos primeiros países a vacinar a maioria de sua população e, em março, a maioria dos israelenses já estava deixando o COVID-19 para trás.
Em junho, a exigência de máscara obrigatória foi completamente eliminada e as únicas restrições que permaneceram diziam respeito à entrada e saída do país. Agora a taxa de infecção aumentou para 5,4% e o primeiro-ministro Naftali Bennett disse que tomará todas as medidas possíveis para reduzir a taxa e evitar um quarto bloqueio.
Especialistas em saúde afirmam que há duas razões principais para a variante Delta ter atingido Israel com tanta força. Por um lado, os israelenses estavam desrespeitando os requisitos da máscara, que foram reimpostos no final de junho. Agora, a polícia está aplicando multas para quem não usa cobertura no rosto.
A outra razão dada para a alta taxa de infecção é que a maioria dos israelenses foi vacinada com a vacina Pfizer , que os dados mostram ser menos eficaz do que a vacina Moderna contra o vírus.
“É verdade que Moderna protegeu melhor as pessoas da infecção, mas as duas vacinas são quase equivalentes em eficácia contra doenças graves”, disse o professor Cyril Cohen, vice-reitor de ciências da vida da Universidade Bar Ilan e membro do conselho de vacinas contra o coronavírus do ministério da saúde borda.
“Isso é importante para que nossos hospitais não fiquem sobrecarregados”.
‘A chamada certa’
Além de exigir testes para crianças e qualquer pessoa não totalmente vacinada, Israel exigirá que todos os professores tenham um Green Pass para trabalhar. Israel também impôs diretrizes mais rígidas em relação à entrada no país.
Os estrangeiros não podem entrar sem receber uma autorização especial e fazer vários testes. Os israelenses não estão autorizados a voar para “países vermelhos”, como Espanha, Brasil e México sem autorização de um comitê especial. Aqueles que já estão em países vermelhos, assim como israelenses em países “laranja”, como Estados Unidos, França e Alemanha, devem entrar em quarentena ao retornar a Israel, mesmo que tenham sido vacinados.
Além disso, o país começou a oferecer uma vacina de reforço para residentes com 60 anos ou mais – antes mesmo da aprovação do governo. Desde então, Israel aprovou dar o reforço a todas as pessoas com 40 anos ou mais.
“Se você me perguntasse há dois meses, quando tínhamos apenas 100 casos por dia, eu diria que não precisamos ir com um reforço”, disse o professor Cohen.
“Mas, enquanto isso, passamos de 100 casos por dia para 8.000 casos por dia e não ficarei surpreso se em mais alguns dias virmos mais de 10.000. Não tínhamos escolha a não ser dar uma injeção de reforço. Eu teria preferido mais dados, mas acho que tomamos a decisão certa. ”
Mais de 1,3 milhão de israelenses em uma população de 9,3 milhões receberam três doses de Pfizer até agora, mas houve “avanços”: algumas pessoas foram infectadas com coronavírus, apesar de terem recebido três vacinas.
O terceiro golpe levantou questões éticas. Tedros Adhanom Ghebreyesus, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, pediu aos países ricos, incluindo Israel, que enviem as doses aos países pobres que não podem fornecer nem mesmo uma primeira vacina aos seus cidadãos.
Na vizinha Palestina ocupada, apenas 9,2% da população foi totalmente vacinada, enquanto em Israel 60,1% recebeu pelo menos dois jabs.
Em artigo de opinião publicado no jornal Haaretz, o Dr. Zohar Lederman, bioeticista israelense e interno no Pronto-Socorro Corona do Hospital Rambam, sugeriu que os israelenses resolvessem o dilema moral doando US $ 5, o preço de uma vacina, ao gavi.org . “O processo leva exatamente um minuto e pode salvar uma vida”, escreveu ele.
Enquanto isso, cerca de um milhão de israelenses elegíveis com 12 anos ou mais não foram vacinados nem uma vez. As pessoas que se opõem à vacinação no país são vocais e às vezes violentas.
“Alguém me chamou de Hitler hoje nas redes sociais”, disse o professor Cohen, que posta vídeos para tentar explicar o que está acontecendo em Israel e convencer os israelenses a se vacinarem.
Uma pessoa que se opôs às vacinas contra o coronavírus disse a ele “todos nós morreremos porque fomos vacinados e agora não teremos que lutar para tomar nossas terras porque estaremos todos mortos e o país será servido aos palestinos de bandeja”, Cohen recontou.
