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O crescimento do emprego nos EUA ficou abaixo do esperado em dezembro. Economistas esperavam a contratação de 400 mil novos trabalhadores no mês passado. Contudo, foram criados 199 mil postos de trabalho fora do setor agrícola.
O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, informou em seu relatório mensal da folha de pagamento divulgado nesta sexta-feira (7) que a folha de pagamento em dezembro aumentou em 199 mil, muito longe dos 400 mil empregos previstos pelos economistas do Refinitiv. A taxa de desemprego, calculada com base em outra pesquisa, caiu de 4,2% para 3,9% – o menor nível desde o início da pandemia.
O mercado de trabalho vinha ganhando impulso após uma desaceleração induzida pelo delta durante o verão, mas o último número representa o segundo mês consecutivo de crescimento pior do que o esperado, após ganhos revisados para cima de 249 mil em novembro e 648 mil em outubro. A última vez que o crescimento do emprego foi tão lento foi em dezembro de 2020, quando os empregadores cortaram 306 mil empregos.
Os números sugerem que, apesar da alta demanda por trabalhadores, as empresas ainda estão lutando para atrair novos funcionários, já que fatores como a falta de creches, medo de vírus e grandes incentivos econômicos persistem. A taxa de participação da força de trabalho permaneceu inalterada em 61,9% com a persistência da escassez de mão de obra, apesar da queda do desemprego abaixo do esperado.
O aumento dos casos de vírus também representa um novo risco para o mercado de trabalho em 2022: o relatório de dezembro inclui apenas dados da primeira metade do mês, antes de um aumento impressionante de casos causados pela variante ômicron altamente transmissível. Os EUA agora relatam uma média móvel de sete dias de mais de 540 mil casos.
“O relatório de empregos de hoje é um encerramento decepcionante para um ano histórico no mercado de trabalho”, disse Daniel Zhao, economista sênior da Glassdoor. “O ano terminou de forma amarga, com os ganhos de empregos diminuindo ainda mais do que em novembro. Novas e imprevisíveis ondas de variantes do COVID-19 ameaçam reverter a recuperação, mostrando que ainda estamos à mercê da pandemia.”
Embora ainda não esteja claro o que a variante de rápida disseminação significará para a saúde da economia, seus efeitos na vida diária já foram sentidos: milhares de voos foram cancelados, shows da Broadway estão fechando as portas e um número crescente de escolas o fizeram adiou suas reaberturas.
Ao todo, a economia ganhou cerca de 6,4 milhões de empregos ao longo de 2021, ou uma média de 537 mil por mês – mais do que em qualquer ano já registrado. Mas a nação continua com 3,6 milhões de empregos abaixo dos níveis pré-pandêmicos em fevereiro de 2020. O crescimento do emprego no mês passado foi mais forte no setor de lazer e hotelaria, que adicionou 53 mil vagas, e serviços profissionais e empresariais, que tiveram um aumento de 43 mil.
O Federal Reserve tem monitorado de perto os dados de empregos à medida que equilibra sua retirada do apoio pandêmico à economia com seu duplo mandato de estabilizar os preços e trabalhar para obter o máximo de empregos. A ata hawkish divulgada esta semana da reunião do Fed de 14 a 15 de dezembro sugere que os legisladores estão preparados para acelerar a normalização da política para combater a inflação mais quente em quase quatro décadas, incluindo o aumento das taxas de juros e redução de seu balanço patrimonial de US $ 8,8 trilhões.
“A inflação é a principal preocupação do Federal Reserve, e eles seguirão em frente com aumentos nas taxas e, potencialmente, com o colapso do balanço patrimonial para remover a acomodação monetária da economia e dos mercados”, disse Chris Zaccarelli, diretor de investimentos do Independent Aliança de Conselheiros. “É improvável que o relatório de hoje faça algo para mudar a mente do Fed em termos de um aumento acelerado das taxas e abordagem de gerenciamento de balanço.”
As autoridades agora projetam que as taxas ficarão em 0,9% no final de 2022, 1,6% no final de 2023 e 2,1% no final de 2024.
