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Na audiência final do Comitê Seleto de 6 de janeiro, o painel de quinta-feira (21) à noite tentou apresentar um relato minuto a minuto das ações do ex-presidente Trump durante o motim no Capitólio e alegou que ele deliberadamente optou por não agir, apesar de ser pedido para denunciar a violência de seus assessores.
“Aqui está o que ficará claro até o final desta audiência”, disse o deputado Adam Kinzinger perto da abertura. “O presidente Trump não deixou de agir durante os cento e oitenta e sete minutos entre deixar o Ellipse e dizer à multidão para ir para casa. Ele optou por não agir.”
Kinzinger afirmou que “a multidão estava cumprindo o propósito do presidente Trump” de atrasar a contagem dos votos “então, é claro, ele não interveio”.
Essa inatividade não foi um acidente, segundo o painel, mas apenas outra parte do plano de Trump de armar a fúria de seus apoiadores – convencidos pelo próprio Trump de que a eleição foi “roubada” – em um esforço para permanecer no poder apesar de sua derrota eleitoral.
“O presidente Trump não deixou de agir durante os 187 minutos entre deixar o Ellipse e dizer à multidão para ir para casa”, disse o deputado Adam Kinzinger (R-Ill.). “Ele escolheu não agir.”
A audiência de quinta-feira – a oitava em seis semanas – foi uma autópsia daqueles tensos 187 minutos, a partir do momento em que Trump terminou seu discurso de comício na Casa Branca Ellipse, onde encorajou os apoiadores a “lutar” e marchar para o Capitólio. , até que ele lançou um vídeo pedindo aos desordeiros que voltassem para casa.
O relato daquelas horas mostrava um presidente fixado no motim, que ele acompanhava de perto na Fox News da cabeceira da mesa na sala de jantar da Casa Branca, depôs uma testemunha. Ele permaneceria lá por mais de duas horas e meia, a partir das 13h25, disse o comitê, chamando os legisladores republicanos para instá-los a lutar contra os resultados das eleições, e seu advogado de campanha, Rudy Giuliani, que foi liderando a campanha “pare o roubo”.
Os detalhes das ações de Trump durante essas horas só agora estão entrando em foco, com base no depoimento de testemunhas, e o comitê sugeriu que o sigilo era intencional.
O diário presidencial não contém informações do período entre 13h21 e 16h03; o registro de chamadas fica vazio por quase 8 horas naquele dia; e a fotógrafa da Casa Branca foi proibida de tirar fotos de Trump, apesar de seus esforços para isso.
Ainda assim, depois de ouvir mais de 1.000 testemunhas, o comitê reuniu muito do que aconteceu naquele dia. Entre as revelações apresentadas durante a audiência desta quinta-feira:
• Trump não estava no escuro sobre a violência no Capitólio. Após 15 minutos de retorno à Casa Branca, ele soube que o prédio estava sob ataque.
• Trump não ligou para nenhum de seus líderes de segurança nacional durante o tumulto, optando por ligar para os legisladores sobre o voto de certificação
• A equipe de segurança de Pence temeu por suas vidas quando a multidão invadiu o Capitólio, temendo que eles estivessem presos e pudessem ter que recorrer à força letal.
• Trump resistiu a acrescentar quaisquer pedidos de “paz” nos poucos tweets que enviou enquanto o ataque se desenrolava. Com a insistência de sua filha, Ivanka, ele concordou com um compromisso: “Fique em paz”, disse ele em seu tweet às 14h38.
• De maneira semelhante, Trump não quis incluir linguagem em sua mensagem gravada no final da tarde aos apoiadores dizendo-lhes para “ir para casa de maneira pacífica”.
• As últimas palavras de Trump antes de se retirar para sua residência na noite de 6 de janeiro não fizeram menção ao ataque. Em vez disso, ele estava zangado com seu vice-presidente. “ Mike Pence me decepcionou”, disse ele.
• E em 7 de janeiro, Trump ainda lutava para reconhecer que a eleição havia acabado, exigindo a exclusão dessa linguagem de seu discurso em vídeo.
O painel também demonstrou a tensão entre os funcionários que pressionavam agressivamente para levar Trump à ação e outros – incluindo o então chefe de gabinete Mark Meadows – que pareciam resignados com a ideia de que Trump estava pronto para assistir ao caos no Capitólio.
