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Apesar da frequente crítica contundente do The Washington Post a Elon Musk, o conselho editorial do jornal criticou o governo brasileiro pela decisão de proibir o X, a plataforma de mídia social pertencente ao bilionário da tecnologia.
“O bilionário CEO da Tesla e SpaceX está correto ao afirmar que a tentativa de um jurista brasileiro de proibir unilateralmente o X, que ele possui, de operar no país é um ataque à liberdade de expressão na internet ao redor do mundo”, escreveu o The Post em um editorial intitulado, “Nesta luta pela liberdade de expressão, o X de Musk tomou a posição certa”.
Um juiz brasileiro ordenou a “suspensão imediata e completa” da plataforma de mídia social até que ela cumpra todas as ordens judiciais e pague as multas existentes.
Outra empresa liderada por Musk, a Starlink, também enfrenta uma batalha judicial para continuar operando no Brasil, após um ministro do Supremo Tribunal Federal ordenar o bloqueio das contas financeiras da Starlink no país.
As ações do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para fechar o X, têm tido “um custo substancial para a liberdade de expressão”, escreveu o The Washington Post , “com mandados de remoção e até mandados de prisão frequentemente emitidos sob sigilo e com pouca justificativa para sustentá-los.”
O jornal observou, “A recente medida contra o X é tanto mais do mesmo quanto simplesmente mais: depois que o X ignorou as ordens do tribunal para bloquear mais de 140 contas, o ministro advertiu que prenderia seu representante legal no Brasil.”
Como resultado, a equipe de Musk deixou o país, o que permitiu que a situação se agravasse ainda mais no Brasil. “Essa falta de presença física, por sua vez, levou o Sr. Moraes a determinar que o X fosse bloqueado para todos os 220 milhões de brasileiros — que, segundo ele, poderiam enfrentar multas de quase R$ 45.000 por dia se tentassem contornar a restrição”, relatou o The Post.
“Se isso soa autoritário, é”, disse o jornal. “Qualquer que seja a ameaça à democracia que as contas que o Sr. Moraes queria eliminar poderiam representar, a ameaça de um oficial do governo limitar a expressão de 220 milhões de pessoas é maior.”
“Junto com a escolha do Sr. Moraes de congelar os ativos do provedor de internet Starlink, uma empresa separada de Musk, essa ação alinha o Brasil não com o mundo livre, mas com países como China e Rússia”, escreveu o The Washington Post.
A defesa do jornal a Musk ocorre após o bilionário ter sido alvo rotineiro de críticas pelo The Post. O jornal atacou repetidamente Musk enquanto ele buscava adquirir o então Twitter em 2022.
No mês passado, um repórter do The Post sugeriu que a Casa Branca de Biden deveria censurar “desinformação” de uma entrevista que Musk estava prestes a realizar com o ex-presidente Trump.