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A diretoria da Fundação Saúde, empresa pública responsável por contratos na área de saúde do governo do estado do Rio de Janeiro, colocou seus cargos à disposição do governador Cláudio Castro (PL) nesta segunda-feira (21). A informação foi relatada pela TV Globo, que confirmou que o governador aceitou a demissão em massa da cúpula e ordenou a exoneração de todos os diretores envolvidos.
A medida acontece poucos dias após a revelação do escândalo envolvendo a liberação de órgãos contaminados com HIV para transplante. O laboratório PCS Lab Saleme, contratado em dezembro do ano passado por R$ 11 milhões para realizar exames de sorologia em órgãos doados, é o centro da controvérsia. A investigação apontou falsos laudos emitidos pelo laboratório, colocando em risco a saúde de pacientes e provocando a abertura de novos inquéritos.
Na última semana, a Polícia Civil decidiu desmembrar a investigação e instaurou um novo inquérito focado na contratação do PCS Lab Saleme. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) também anunciou que está apurando o processo de contratação do laboratório.
Entre os diretores exonerados estão João Ricardo da Silva Pilotto, que encabeça a lista de demissões, além dos responsáveis pelos setores de:
- Diretoria executiva;
- Diretoria administrativa e financeira;
- Diretoria de recursos humanos;
- Diretoria de planejamento e gestão;
- Diretoria técnico-assistencial;
- Diretoria jurídica.
Vínculos Políticos e Investigação
O PCS Lab Saleme, laboratório envolvido no escândalo, tem como sócios Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, primo do ex-secretário de Saúde Doutor Luizinho, atualmente deputado federal e líder do Progressistas na Câmara dos Deputados, e Walter Vieira, casado com uma tia de Luizinho. Ambos participaram de campanhas eleitorais do deputado.
A contratação do laboratório ocorreu três meses após a saída de Doutor Luizinho da secretaria de Saúde, onde atuou de janeiro a setembro de 2023. Além disso, a irmã do deputado, Débora Lúcia Teixeira, também trabalha na Fundação Saúde.
Dados do Portal da Transparência revelam que, entre 2022 e 2024, o laboratório PCS Lab Saleme recebeu quase R$ 20 milhões em pagamentos do governo do estado, levantando ainda mais suspeitas sobre a legalidade e ética dos contratos firmados.
As investigações seguem em curso, com foco nas irregularidades envolvendo laudos e os processos de contratação do laboratório.