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Nísia Trindade se pronunciou pela primeira vez nesta quarta-feira (26) após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciar sua demissão do cargo de ministra da Saúde. A decisão foi comunicada por Lula, que escolheu Alexandre Padilha, atual ministro das Relações Institucionais, como seu substituto. A posse de Padilha está marcada para o início de março, após o Carnaval.
Em uma breve conversa com jornalistas na portaria do ministério, Nísia criticou a cobertura da imprensa sobre o caso, isentando o governo e o presidente da responsabilidade sobre sua saída. Ela afirmou que “trocas de ministros fazem parte da vivência de qualquer governo” e relatou que Lula a chamou para agradecer pelo trabalho conduzido na Saúde durante uma reunião realizada na terça-feira (25). Segundo Nísia, o presidente destacou a necessidade de uma mudança de perfil no ministério, ressaltando que “as dimensões técnico-políticas são importantes neste momento” do governo.
Durante seu pronunciamento, Nísia também reprovou a divulgação de notícias falsas e especulações sobre sua demissão. Ela afirmou que o “processo de fritura na imprensa é inconcebível” e que não deveria ocorrer, pois “não deveria se antecipar decisões que cabem ao presidente”. A demissão de Nísia já era esperada e foi formalizada poucas horas depois de um evento em que ela, ao lado de Lula, anunciou a fabricação de uma vacina brasileira contra a dengue.
Nísia estava à frente do ministério desde o início do governo, em 2023, e é a terceira mulher a ser substituída por um homem na atual administração federal. Pressões do Congresso teriam sido determinantes para sua demissão. Ela, de formação acadêmica e técnica, foi alvo de críticas por parlamentares, especialmente pela suposta falta de habilidade política, principalmente na liberação de verbas. A saída de Nísia é vista como o início de uma reforma ministerial mais ampla no governo federal.
