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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu nesta quinta-feira (16) o pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e determinou que a Polícia Federal (PF) realize novas investigações sobre a suposta interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na corporação.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), é necessário esclarecer “eventuais conexões entre o inquérito e outras apurações que tramitam no Supremo, como as que investigam uma suposta estrutura paralela montada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e no Gabinete de Segurança Institucional (GSI)”.
O procurador Paulo Gonet apontou mensagens trocadas entre Bolsonaro e o então ministro da Justiça, Sergio Moro, em abril de 2020, como reforço às suspeitas de interferência. Gonet também destacou indícios de que mudanças na direção da PF e em superintendências regionais, especialmente no Rio de Janeiro e em Pernambuco, poderiam ter como “real motivação” o acesso a informações privilegiadas e a ingerência em investigações sigilosas.
A apuração estava parada desde que a própria PF enviou à PGR uma manifestação favorável ao arquivamento do caso. No entanto, Moraes defendeu a retomada da investigação:
“Imprescindível, portanto, que se verifique com maior amplitude se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferência nas investigações apontadas nos diálogos e no depoimento do ex-ministro, mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis”, afirmou o ministro na decisão.
O processo teve início após acusações de Sergio Moro, atualmente senador pelo União Brasil, de que Bolsonaro teria tentado intervir politicamente na PF e em investigações envolvendo familiares e aliados do então presidente.
Ao deixar o governo, em abril de 2020, Moro afirmou que a troca no comando da corporação, com a exoneração do então diretor-geral Mauricio Valeixo, tinha como objetivo “obter acesso a relatórios de inteligência” e “interferir em investigações” em andamento.
Na ocasião, a Polícia Federal concluiu que não havia indícios de crime, e o então procurador-geral Augusto Aras solicitou o arquivamento. Em maio de 2024, porém, Moraes solicitou esclarecimentos sobre se o novo chefe do Ministério Público Federal manteria essa posição.