Dentre as diversas aplicações da Inteligência Artificial (IA), uma das menos conhecidas talvez seja a sua capacidade de salvar vidas. O projeto intitulado ‘Águeda – Uma Inteligência Artificial para Detecção Precoce do Câncer de Mama’ busca auxiliar médicos e radiologistas no rastreamento dessa enfermidade.
Desenvolvido na Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) de Ourinhos, o projeto foi reconhecido como o melhor trabalho de iniciação científica em andamento na área de Ciências Exatas e da Terra durante o Congresso Nacional de Iniciação Científica Conic-Semesp, realizado no final de 2023. O evento, em sua 23ª edição, é o mais relevante do setor, contando com a participação de mais de 1,2 mil trabalhos de pesquisa e inovação de todo o país.
O aluno do sexto semestre de Ciência de Dados, Wagner Lopes Cardozo, é o responsável pelo projeto Águeda. Segundo ele, ao possibilitar maior agilidade e precisão na conclusão dos laudos da mamografia, o projeto amplia as chances de cura para as pacientes. O câncer de mama é a forma mais comum da doença no Brasil, e a detecção precoce é crucial para o sucesso do tratamento.
Robson Parmezan Bonidia, orientador do projeto junto com Rosemeiry de Castro Prado, destaca a importância da iniciativa. Ele ressalta que, embora existam tecnologia e médicos especializados, esses recursos não são acessíveis à maioria da população brasileira.
O modelo classificador utilizado no projeto é uma rede neural artificial, ramo da ciência que desenvolve algoritmos inspirados na rede neural natural do ser humano. Wagner explica que o objetivo é construir uma interface que possa ser disponibilizada para qualquer médico interessado, democratizando o acesso ao conhecimento.
Bonidia enfatiza que muitos trabalhos na área utilizam metodologias já consagradas da computação da IA, mas o diferencial do Águeda está na intenção de disseminar o conhecimento. O projeto visa trazer tecnologia de grande porte para o Sul global, proporcionando impacto positivo na vida de pessoas em todo o mundo.
