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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (29) que o cessar-fogo em Gaza, apoiado por Washington, continua em vigor, apesar do aumento dos confrontos entre Israel e membros do grupo Hamas. As declarações foram dadas após a morte de um soldado israelense na região de Rafah, em um ataque atribuído a milicianos palestinos, que levou a uma série de bombardeios aéreos israelenses sobre o enclave.
Trump ressaltou que a estabilidade da trégua não depende desses incidentes pontuais e defendeu o direito de Israel de reagir militarmente sempre que considerar necessário.
“Se eles (Hamas) forem bons, ficarão felizes; se não forem bons, serão exterminados, suas vidas serão exterminadas”, declarou o presidente norte-americano, reforçando seu apoio ao governo israelense na condução da segurança na região.
O Exército de Israel confirmou que o soldado morto era o sargento-mor Yonah Efraim Feldbaum, de 37 anos, operador de maquinário pesado. Segundo um comunicado militar, o ataque ocorreu quando milicianos palestinos abriram fogo contra uma escavadeira militar no bairro Jenina, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Pouco depois, os agressores lançaram projéteis RPG contra um veículo blindado, mas sem causar novas vítimas.
Em retaliação, as Forças de Defesa de Israel (FDI) realizaram bombardeios sobre dezenas de alvos em diferentes pontos de Gaza. De acordo com as FDI e a agência de segurança Shin Bet, cerca de 30 combatentes palestinos foram mortos nas operações, considerados responsáveis por coordenar ataques a partir de centros de comando dentro do enclave. Um porta-voz militar israelense afirmou que, após a resposta, Israel restabeleceu a aplicação do cessar-fogo.
Autoridades do Hamas, por outro lado, relataram que ao menos 70 pessoas morreram nos ataques das últimas 24 horas, incluindo famílias inteiras em áreas residenciais como o campo de refugiados de Bureij, o bairro Sabra, na cidade de Gaza, e a região de Khan Younis. O agravamento da crise humanitária gerou preocupação internacional e novos apelos à contenção por parte de governos e organizações internacionais.
O Hamas negou envolvimento no ataque que matou o soldado israelense em Rafah e reiterou, em comunicado, seu compromisso com o cessar-fogo patrocinado pelos Estados Unidos. No entanto, Israel e Hamas se acusam mutuamente de violar o acordo, em vigor desde 10 de outubro, que tinha como objetivo encerrar dois anos de confrontos intensificados após a ofensiva palestina em território israelense, em 7 de outubro de 2023.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ordenou “ataques poderosos” contra alvos estratégicos em Gaza após o incidente em Rafah. Um oficial das FDI afirmou que o Hamas violou o cessar-fogo ao atacar posições militares dentro da chamada “linha amarela”, área delimitada para a retirada e movimentação de tropas conforme o pacto vigente.
A reação internacional foi imediata. A Turquia condenou os novos bombardeios e acusou Israel de violar o cessar-fogo, pedindo uma resposta firme da comunidade internacional e classificando as ações israelenses como uma “política de genocídio”. Israel, por sua vez, nega as acusações e sustenta que suas operações estão amparadas pelo direito à legítima defesa. Enquanto isso, a Corte Internacional de Justiça, em Haia, mantém uma denúncia ativa por genocídio contra Israel.