Em artigo publicado na manhã desta sexta-feira (30) na Crusoé, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou que “a sucessão de governos ruins e de impeachments presidenciais” gerou recente discussão no Brasil acerca da governabilidade.
Ele também questionou: “A culpa seria dos presidentes ou da forma de governo mal desenhada?”. “No primeiro caso, bastaria ter a paciência de aguardar as próximas eleições ou precipitar a mudança por impeachment. No segundo, as eleições não alterariam o problema, sendo necessária uma reforma mais ampla. Seria o parlamentarismo ou alguma espécie de semipresidencialismo a solução? Há dúvidas”.
Para o ex-juiz da Lava Jato, “a governabilidade é, por evidente, imprescindível para a estabilidade política e para que governos possam alcançar os seus objetivos. Mas não se pode ceder à corrupção para construir ou manter a governabilidade“.
“Não é uma questão puramente moral ou legal. Quando se cede ao crime, constrói-se governabilidade efêmera. Os custos para mantê-la vão se tornando cada vez mais altos, pois o apetite da corrupção é insaciável”, diz em outro trecho.