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Em entrevista ao jornal O Globo, o atual secretário de Relações Internacionais de São Paulo, na gestão Ricardo Nunes (MDB), Aldo Rebelo, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sendo perseguido pela Justiça brasileira.
Ele ainda comparar a situação de Bolsonaro à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anos atrás quando foi preso por 580 dias por diversos crimes.
“Não tenho dúvida nenhuma. São os mesmos protagonistas. Trabalharam para excluir o presidente Lula da política e agora tratam para excluir o Bolsonaro”, afirmou Rebelo na entrevista.
Ao comentar sobre o suposto golpe articulado no governo anterior, Rebelo disse que os supostos planos não seguem o “manual do golpe de Estado”: “Faço uma apreciação política. O manual do golpe de Estado não reproduz, em nenhum caso, um golpe que foi preparado por minuta, apresentado em reunião ministerial e gravado. Os golpes de Estado sempre são conspirações com protagonistas diferentes desse golpe, ou tentativa, que está sendo atribuído ao Bolsonaro. O golpe de Estado, se examinar o caso brasileiro, exigiu, apoio político e institucional. Governadores, partidos, igreja… apoio diplomático, financeiro, cultural. O que você tinha nesse simulacro fracassado de golpe, por favor? As palavras e o pensamento comportam qualquer flexibilidade. Mas os fatos, não. E você deve julgar a política, não só a política, pelas consequências e pelos resultados que ela gera. O que é que terminou? O presidente foi para os Estados Unidos e para lá ficou”.
O ex-ministro de Lula ainda disse na entrevista conversar com Bolsonaro “às vezes” e afirmou ter “apreço” por ele: “Nunca tive problema com Bolsonaro. Não temos tido encontros pessoais, trocamos mensagem pelo WhatsApp e, às vezes, um telefonema. Eu tenho apreço pelo Bolsonaro. Sempre tive. Convivemos durante décadas na mesma comissão, de forma amistosa, com as diferenças sobre temas, mas de vez em quando coincidindo. Inclusive, uma vez, na defesa do presidente Chávez. Eu defendendo porque o Chávez era de esquerda e ele porque o Chávez era militar (risos)”.
Sobre o novo governo Lula (PT), Rebelo afirmou que o petista tem cometido mais erros que acertos no cargo: “Muito mais erros. Eu não reconheço, no presidente Lula, a preocupação hoje com as forças heterogêneas. Parece que é um permanente conflito com o principal adversário dele, que é o ex-presidente Jair Bolsonaro. Vejo também uma posição agressiva do governo dele em relação ao setor do agronegócio. E Lula faz menos reuniões políticas do que a presidente Dilma, que já não gostava de fazer reuniões políticas. Ele tem pouca paciência para a política. Ninguém pode dizer nada a ele, que ele fica irritado. A dificuldade na política surge exatamente pelo distanciamento da agenda política”.