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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva para aumentar os impostos sobre as importações chinesas, passando de 10% para 20%, em resposta ao que a Casa Branca considera uma falta de medidas por parte da China para impedir o fluxo de fentanil para o território norte-americano.
A medida entra em vigor nesta terça-feira e faz parte da estratégia do governo Trump para reforçar o controle sobre o comércio com a China. A ordem executiva, intitulada “Nova Modificação das Obrigações Relacionadas à Cadeia de Suprimentos de Opioides Sintéticos na República Popular da China”, altera uma disposição anterior assinada em 1º de fevereiro de 2025.
A Casa Branca argumentou que o governo chinês não implementou medidas suficientes para conter o fornecimento de opioides sintéticos aos Estados Unidos, o que representa uma “ameaça incomum e extraordinária” para a segurança nacional, a economia e a política externa do país.
O aumento dos impostos pode afetar uma ampla gama de bens de consumo importados da China. Dados do Departamento de Comércio dos EUA indicam que, entre os produtos mais importados da China em 2024, estão telefones celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos. Além disso, o país adquiriu mais de 32 bilhões de dólares em brinquedos, jogos e artigos esportivos, assim como milhares de milhões em roupas e calçados.
Por sua vez, a China avalia medidas de represália. Segundo o jornal estatal Global Times, Pequim poderia impor tarifas adicionais e outras restrições não tarifárias sobre as importações de produtos agropecuários dos Estados Unidos, incluindo soja, carne e cereais.
A China é o principal mercado de exportação para os produtos agropecuários dos EUA. Em 2024, as importações chinesas desses produtos somaram 29,25 bilhões de dólares, o que representou uma queda de 14% em relação ao ano anterior.
“China se opõe firmemente à decisão dos EUA de impor mais tarifas sobre produtos chave sob o pretexto de supostas ameaças à segurança”, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, durante uma coletiva de imprensa.
Segundo analistas, a medida pode gerar um novo episódio de tensões comerciais entre as duas potências. “Uma guerra comercial não é inevitável, mas a decisão de Trump de aumentar os impostos neste momento é arriscada”, disse Wang Dong, diretor do Instituto para a Cooperação Global e Compreensão da Universidade de Pequim. “A China responderá com força.”
Os aumentos repentinos dos impostos e outros fatores aumentaram a incerteza sobre as perspectivas da segunda maior economia do mundo, que cresceu a um ritmo anual de 5% no ano passado, cumprindo apenas o objetivo oficial de Pequim.
Por outro lado, a Bolsa de Valores de Nova York sofreu uma onda de vendas após Trump anunciar que as tarifas previamente estabelecidas para o Canadá e México entrariam em vigor em questão de horas.
O S&P 500 caiu 1,8% na segunda-feira depois que Trump afirmou que não havia espaço para negociações que pudessem reduzir os impostos que entrariam em vigor nesta terça-feira sobre as importações do Canadá e México.
Isso frustrou as esperanças de Wall Street de que Trump escolhesse um caminho menos doloroso para o comércio global e seguiu o último sinal de advertência sobre a força da economia dos EUA. O Índice Dow Jones caiu 1,5%, e o Nasdaq Composite despencou 2,6%. Os rendimentos dos bônus do Tesouro caíram após um relatório mais fraco do que o esperado sobre a manufatura.
(Com informações da AFP e AP)
