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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu a autonomia da autarquia, nesta terça-feira (7). Ele disse que quer principalmente desvencilhar o ciclo de política monetária do ciclo político, porque os dois ciclos têm “diferentes lentes e diferentes interesses”. A declaração ocorre em meio às críticas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aliados, à autonomia do BC.
No discurso, Campos Neto fez questão de elogiar o legado deixado por seu predecessor, Ilan Goldfajn, hoje presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que estava entre os presentes na plateia. Para ele, um problema é que “nós temos sempre que criticar o legado. Precisamos entender que precisamos olhar o que pode ser melhorado”, disse. “Eu acho que é importante construir a partir daquilo que outras pessoas estão deixando”, disse Campos Neto, em palestra no evento 2023 Milken South Florida Dialogues, em Miami.
Campos Neto também defendeu que a independência aumenta a eficiência da política monetária. Assim, reduz o custo da alta de juros para a população.
“A principal razão da autonomia do Banco Central é a possibilidade de desconectar o ciclo da política monetária do ciclo político, porque eles têm diferentes lentes e diferentes interesses”, disse. “Quanto mais independente você é, mais efetivo você é e menos o país vai pagar em termos de custo-benefício para a política monetária.”