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O isolamento social no estado de São Paulo caiu novamente, atingindo 49% nesta quinta-feira (16). Entre segunda e quarta-feira, o isolamento chegou a alcançar 50%, mas houve dias em que chegou a atingir 59%.
Segundo o infectologista, David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, a taxa de 49% acende um “farol amarelo” no governo paulista, pois aumenta a preocupação com o aumento da propagação do vírus no estado. A taxa considerada ideal de isolamento é de 70%.
O isolamento é medido pelo Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi-SP), operado em parceria entre operadoras de telefonia móvel e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) da Universidade de São Paulo (USP). A taxa considerada ideal é acima de 70%.
Em algumas cidades do interior, o índice de isolamento foi maior que a média de 49% registrada no estado. Em São Sebastião, no litoral norte, a taxa de isolamento social alcançou 67%, a maior do estado. Seguiram-se os municípios de Ubatuba, Lorena, Cruzeiro, Ribeirão Pires, Itanhaém, Caraguatatuba, São Vicente, Mairiporã, Ibiúna, Caçapava, Cajamar, Itapecerica da Serra, Poá, Pindamonhangaba, Bebedouro, Itaquaquecetuba, Caieiras, Campo Limpo Paulista e Guarujá .
aTemendo que a propagação do coronavírus no estado cresça ainda mais e provoque colapso no sistema de saúde, o governador de São Paulo, João Doria, decidiu prorrogar mais uma vez a prorrogação da quarentena no estado, que agora passa a vigorar até o dia 10 de maio.
A restrição de acesso a estabelecimentos comerciais e o veto à realização de eventos públicos ou privados com aglomerações no estado está em vigor desde o dia 24 de março. No período de quarentena, só estão autorizados a funcionar os serviços considerados essenciais como os de logística, segurança e alimentação.
“A atitude responsável do governo de São Paulo é pela prorrogação dessa quarentena para evitar o colapso no atendimento da saúde pública e, na sequência, da saúde privada no estado de São Paulo”, justificou o governador, em entrevista concedida hoje (17). “Por respeito à medicina, prorrogamos essa quarentena. Para reabrir o comércio e os serviços, precisamos controlar melhor a contaminação e ter o sistema público de saúde também em condições de atendimento para salvar vidas”, acrescentou.
A quarentena vale para os 645 municípios do estado. “Há a falsa impressão de que a doença se limita à Grande São Paulo”, disse o infectologista David Uip. “O vírus está entrando em todo o interior, felizmente com menor número de casos. E também na área do litoral de São Paulo.”
“O vírus é invisível. As pessoas têm a falsa impressão de que ele não acontece em sua cidade. Mas não é assim que funciona”, disse Uip.
Ele se mostrou surpreso eom o fato de as pessoas não conseguirem entender o que já aconteceu. “Vejam o que aconteceu na Itália. Olhem para o que está acontecendo nos Estados Unidos. Nós estamos tendo a oportunidade no Brasil de antecipar medidas, primeiro de contenção, com o isolamento social. E depois de preparação do sistema de saúde público e privado na assistência desses pacientes. Felizmente, o que está acontecendo [em São Paulo] é uma curva de ascensão menor, e isso é graças às medidas [de isolamento] que foram tomadas precocemente em São Paulo. E esperamos conseguir achatar ainda mais [a curva]”, acrescentou.Sobre a previsão inicial de que o pico da pandemia em São Paulo seria em abril, David Uip esclareceu: “Falamos que o pico ia ser em abril. E agora falamos em maio. E isso é uma boa notícia, reflete que as medidas tomadas [de isolamento] foram efetivas. Desde o primeiro momento dissemos que o objetivo era achatar a curva e tentar evitar pico de ascensão muito grande.”
De acordo com o médico, se forem ampliadas as medidas de confinamento, os resultados melhoram. “[Isolamento de] 50% é um bom número, mas nosso objetivo é aumentar a cada dia, pois 49%, [acende o] farol amarelo.”
São Paulo é o epicentro das contaminações por coronavírus no Brasil, com 11.568 casos confirmados e 853 óbitos. Há ainda 1.125 internados em unidades de terapia intensiva (UTI) e 1.259 em enfermarias.
Segundo o secretário estadual de Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, o estado conseguiu diminuir a fila de pessoas esperando por testes no estado. Na semana passada, a fila estava em 17 mil e hoje está em 9,5 mil.
“Nos últimos três dias, foram realizados 5,5 mil testes. Existem ainda outros 4,5 mil testes em processamento de laudos. O estoque que havia de 17 mil [na semana passada] exames está hoje em 9,4 mil exames. Nossa expectativa é que a realização de exames aumente a cada dia e que, na próxima semana, a gente possa estar zerado [com a fila de exames]”, concluiu Germann.