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Lei para o Clima “insuficiente” coloca Macron em posição de impostor no tema ambiental

RFI – Em posição de força no cenário eleitoral europeu nos últimos anos, os ecologistas colocam o presidente francês, Emmanuel Macron, contra a parede para fazer mais pelo meio ambiente do que belos discursos. A chamada Lei para o Clima e Resiliência, enviada esta semana pelo governo para apreciação do Parlamento, é apontada por cientistas e entidades como insuficiente para colocar o país rumo à transição ecológica e gera manifestações em massa na França, em plena pandemia.

Instituições independentes e do próprio governo analisaram os 69 artigos do projeto e concluíram que as propostas não bastarão para a França cortar 40% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 e atingir a neutralidade carbono em 2050, como se comprometeu. O país tem conseguido reduzir 1% das emissões por ano, mas deveria triplicar o índice para conseguir cumprir as promessas. É o que aponta a climatologista Corinne Le Queré, presidente do Alto Conselho para o Clima, um grupo de 13 especialistas independentes que se reúne há cinco anos para avaliar e orientar as estratégias ambientais do governo francês.

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“Não está avançando suficientemente rápido. A França está no bom caminho, mas vemos que ainda resta muito trabalho pela frente, principalmente em matéria de transportes”, indica a professora de políticas climáticas da Universidade de East Anglia, em Norwich (Inglaterra). “O setor é responsável por 31% das emissões francesas, e o restante é dividido entre a construção, a indústria e a agricultura. O grande problema é que as emissões estão distribuídas em toda a economia e é por isso que precisamos encontrar soluções em todas as nossas práticas e hábitos de hoje”, detalha a especialista.

Medidas na direção correta, porém pouco ambiciosas

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Em síntese, o projeto de lei francês direciona o país para uma economia sustentável, em torno de cinco eixos: transportes, alimentação, consumo, produção e trabalho. Entretanto, a abrangência das medidas ainda é limitada demais. Le Queré dá o exemplo do artigo que limita a venda de carros altamente poluentes, como as SUVs.

“Na verdade, ele atinge apenas de 1 a 3% dos veículos. Poderíamos ampliá-lo se uma gama maior de veículos fosse envolvida, para desestimular a comercialização desse tipo de produtos muito poluentes”, afirma.

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O governo francês alega que o texto final inclui medidas eficazes e aceitáveis no contexto atual. Mas os ambientalistas indicam que, em meio a uma crise avassaladora causada pelo coronavírus, Macron cedeu às pressões dos lobbies que sustentam a indústria francesa – automobilístico, aeronáutico, alimentício, entre outros. Entre estes, o temor é que a nova lei possa afetar a recuperação econômica francesa pós-pandemia.

Plenário “cidadão” virou armadilha para Macron

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Curiosamente, o texto em si é o resultado de armadilha que o próprio presidente armou para si. No início do mandato, prometido como a gestão mais progressista no tema ambiental, Macron organizou um plenário inédito de discussão sobre o assunto, a Convenção Cidadã sobre o Clima, que pretendia ser também uma resposta ao movimento dos coletes amarelos. Foram sorteados 150 cidadãos comuns do país inteiro para participar e elaborar propostas da nova lei ambiental, em vigor pelos próximos 10 anos.

O problema é que a maioria das 149 recomendações foram consideradas ambiciosas demais pelo governo. O projeto de lei contempla quase a metade das sugestões, de alguma forma, porém menos de 15% foram realmente preservadas. O trecho que incentiva a renovação energética das habitações não prevê amplo financiamento pelo governo. Foram banidas as ideias de regulação da publicidade dos poluentes e incentivos para a mobilidade sustentável no trajeto casa-trabalho, entre outros tópicos.

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Desde então, os defensores do meio ambiente alegam que tudo não passou de uma farsa para o governo francês posar de bom moço nessas questões. “Uma relação de forças diferentes está criada. O calendário eleitoral se aproxima e temos a impressão de que todos os políticos já estão se preparando para as eleições presidenciais de 2022”, argumenta Mathilde Imer, membro da iniciativa. “A Convenção do Clima é apoiada pela maioria dos partidos políticos e eles estão fazendo pressão sobre Macron, uma marionete verde que, por dentro, não tem nada de muito ecológico”, acusa.

O deputado ecologista Matthieu Orphelin é um dos que pressionam para que o Parlamento aumente e ambição do texto final e não ignore as propostas da Convenção Cidadã. Ele considera que, do contrário, a França ficará em posição fragilizada para cobrar mais ações de outros países, como tem feito Macron.

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“No fundo, foi um grande erro do governo de lançar essa convenção, que foi uma inovação democrática forte. Hoje, vemos que os cidadãos fizeram o trabalho deles, mas o governo, não”, ressalta o deputado. “O governo se autorizou a não respeitar a promessa que ele mesmo escolheu fazer. Ao ignorar algumas das medidas, de certa forma, ele desrespeita a vontade dos 150 cidadãos e cidadãs.”

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