O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, emitiu um alerta aos líderes de 40 países reunidos em Berlim para discutir medidas de resposta às mudanças climáticas como parte do Diálogo Climático de Petersberg .
“Metade da humanidade está na zona de perigo de enchentes, secas, tempestades extremas e incêndios florestais. Nenhuma nação está imune. No entanto, continuamos a alimentar nosso vício em combustíveis fósseis”, disse Guterres em uma mensagem de vídeo aos líderes reunidos nesta segunda-feira (18).
“O que mais me incomoda é que, ao enfrentar esta crise global, não estamos trabalhando juntos como uma comunidade multilateral. As nações continuam a jogar o jogo da culpa em vez de assumir a responsabilidade pelo nosso futuro coletivo. Não podemos continuar assim”, disse Guterres.
“Nós temos uma escolha. Ação coletiva ou suicídio coletivo. Está em nossas mãos”.
O líder das Nações Unidas apresentou uma abordagem multifacetada para responder às mudanças climáticas agora. Os países precisam reduzir suas emissões eliminando o carvão e adotando fontes de energia livres de emissões, como a energia renovável. Em segundo lugar, deve haver mais foco na adaptação segura aos riscos.
Terceiro, as nações ricas e desenvolvidas precisam cumprir os compromissos de ajudar as nações subdesenvolvidas a ter acesso ao financiamento necessário para combater as mudanças climáticas. “As pessoas na África, no sul da Ásia e nas Américas Central e do Sul têm 15 vezes mais chances de morrer de eventos climáticos extremos”, disse Guterres. “Esta grande injustiça não pode persistir.”
Nessa frente, Guterres disse que deve haver um sistema para responder às perdas e danos climáticos que já afetam os mais pobres e vulneráveis.
Guterres fez seus comentários, já que muitas nações ao redor do mundo estão sofrendo com altas temperaturas recordes e incêndios florestais violentos.
Por exemplo, o serviço meteorológico da Grã-Bretanha, o Met Office , emitiu um alerta vermelho de calor extremo pela primeira vez na segunda e terça-feira. Em outras partes da Europa, os incêndios florestais estão forçando milhares de pessoas a fugir de suas casas em partes da França e da Espanha.
Dados de satélite da NASA revelam o quão difundidas as ondas de calor foram recentemente. A imagem abaixo mostra a temperatura do ar na superfície em 13 de julho e foi gerada com a ajuda de dados do Goddard Earth Observing System.
“Embora haja um padrão claro de ‘onda atmosférica’ com valores alternados de calor (mais vermelho) e frio (mais azul) em diferentes locais, essa grande área de calor extremo (e recorde) é outro indicador claro de que as emissões de gases de efeito estufa pela atividade humana estão causando extremos climáticos que afetam nossas condições de vida”, disse Steven Pawson, chefe do Escritório Global de Modelagem e Assimilação do Centro de Vôo Espacial Goddard da NASA, em um comunicado publicado ao lado do mapa .
“Tal calor extremo tem impactos diretos na saúde humana, além de ter outras consequências, incluindo esses incêndios que estão ocorrendo agora na Europa e na África, e que se espalharam nos últimos anos na América do Norte”, disse Pawson .
