Os preços do suco de laranja atingiram novos recordes históricos nos Estados Unidos devido às persistentes restrições de oferta, levando a indústria a entrar em modo de crise e forçando alguns fabricantes a considerar frutas alternativas.
Os preços do produto básico do café da manhã têm subido rapidamente nos últimos anos, em parte devido à diminuição da produção na Flórida — principal produtora de suco de laranja nos Estados Unidos — e ao clima extremo nas principais áreas produtoras de laranja do Brasil, impulsionado pelas mudanças climáticas.
O gigante agrícola sul-americano é o maior produtor e exportador mundial de suco de laranja, o que significa que desempenha um papel de enorme influência na formação da indústria global.
Os futuros de suco de laranja concentrado congelado de referência, negociados na Intercontinental Exchange em Nova York, fecharam a US$ 4,77 por libra na quarta-feira. Isso é quase o dobro do preço registrado há um ano.
Harry Campbell, analista de dados de mercado de commodities do grupo de pesquisa Mintec, disse que os preços exorbitantes do suco de laranja têm forçado fabricantes e misturadores a se adaptar à situação considerando sucos de frutas alternativas.
“Muitos deles estarão mudando as quantidades de suco que estão colocando em suas misturas para reduzir o suco de laranja e aumentar outros sucos, como suco de pera, suco de maçã, suco de uva, para depender menos do suco de laranja”, disse Campbell à CNBC.
“Parece que esta situação vai durar a longo prazo”, acrescentou, observando que alguns players no mercado de suco de laranja observaram uma grande queda na demanda de um ano para o outro.
“Até que seja alcançado o ponto em que os consumidores não estão mais dispostos a pagar o prêmio pelo suco de laranja, porque está em baixa oferta, os preços continuarão subindo”, disse Campbell.
‘Seca, doença e demanda’
O centro de pesquisa Fundecitrus advertiu recentemente que o calor excessivo no Brasil no ano passado significava que o país sul-americano provavelmente estava a caminho de registrar uma das piores colheitas de laranja em mais de três décadas.
Em um relatório publicado em 10 de maio, a organização de citricultores previu que o Brasil produziria 232,4 milhões de caixas de laranjas (cada uma pesando aproximadamente 40,8 quilogramas) na temporada de 2024 a 2025. Isso representa uma queda de 24% em comparação com o ciclo anterior.
Analistas afirmam que o Brasil normalmente produz cerca de 300 milhões de caixas de laranjas a cada ciclo, embora as mudanças climáticas tenham reduzido drasticamente a produção agrícola. As mudanças climáticas estão tornando os eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos.
O Fundecitrus disse que uma série de ondas de calor intensas no Brasil ocorreu em uma fase crítica de floração e formação precoce de frutos entre setembro e novembro do ano passado, prejudicando substancialmente a produção.
