O Reino Unido é o primeiro país europeu a permitir a venda de carne cultivada em laboratório, iniciando essa inovação no mercado de alimentos para animais de estimação. A decisão foi anunciada após aprovação dos órgãos reguladores, que autorizaram o uso de frango cultivado a partir de células animais especificamente para ração animal, segundo informações do The Financial Times.
A startup britânica Meatly, que recebeu a permissão, planeja iniciar a venda da carne cultivada para fabricantes de ração a partir de 2024. Owen Ensor, diretor-geral e cofundador da Meatly, destacou que a obtenção da autorização foi facilitada pelo Brexit, que desvinculou o Reino Unido das regulamentações mais rígidas da União Europeia.
“O processo regulatório da UE tende a ser mais longo e complexo”, explicou Ensor, ressaltando que a aprovação foi mais rápida para produtos destinados exclusivamente ao consumo de animais de estimação. A carne cultivada, ao contrário das alternativas vegetais feitas de proteínas de soja ou ervilha, é produzida a partir de células animais cultivadas em ambientes controlados.
Embora o Reino Unido ainda não tenha liberado produtos de carne cultivada para consumo humano, países como Israel, Singapura e Estados Unidos já o fizeram. Em contrapartida, nações como Áustria, Itália e França têm resistido à adoção da carne cultivada devido às possíveis ameaças à pecuária tradicional.
Com essa aprovação, o Reino Unido dá um passo significativo na inovação alimentar, abrindo caminho para um futuro onde a carne cultivada possa se tornar uma alternativa viável e sustentável, começando pelo cuidado com os animais de estimação.
