A Polícia Federal realizou a prisão do pescador Jânio de Freitas, acusado de participação no homicídio do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira no vale do Javari, Amazonas. As vítimas foram mortas em 2022, em uma das regiões mais tumultuadas e violentas da Amazônia, onde crimes como pesca ilegal, caça, garimpo e desmatamento irregular são frequentes.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou a prisão nas redes sociais, prometendo mais informações sobre o caso.
“Foi preso pela Polícia Federal mais um envolvido na organização criminosa que perpetrou os homicídios contra Bruno Pereira e Dom Phillips. Mais informações em breve”, escreveu Dino.
A prisão de Jânio ocorreu em Tabatinga, Amazonas, e a Polícia Federal informou que ele será indiciado por duplo homicídio e ocultação de cadáveres. Esta é a terceira prisão relacionada ao crime, sendo que Colômbia é apontado como mandante e “Pelado da Dinha” como autor dos tiros que resultaram nas mortes.
Relembre o Caso
Dom Phillips e Bruno Pereira estavam realizando entrevistas com indígenas e ribeirinhos para um livro sobre a invasão de áreas indígenas. O vale do Javari, lar do maior registro de povos isolados do mundo, enfrenta pressões intensas de narcotraficantes, pescadores, garimpeiros e madeireiros ilegais que buscam expulsar as comunidades tradicionais da região.
O jornalista britânico, residente em Salvador (BA), contribuía com reportagens para veículos como o New York Times, Washington Post e The Guardian. Bruno era servidor da Funai e estava licenciado desde sua exoneração da chefia da Coordenação de Índios Isolados e de Recente Contato, em 2019.
Os corpos de Dom e Bruno foram localizados pela Polícia Federal em junho de 2022, após a confissão do pescador Amarildo da Costa, que levou os policiais ao local de sepultamento. Exames confirmaram a identidade das vítimas no Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília.
